Nadando na piscina de uma amiga. A sua filha saltou desde a borda para dentro da piscina, após eu ter mergulhado. Ela aterrou em cima de mim e assustou-se. Como ela era mais nova que eu, ela estava muito assustada e continuamente empurrava-me para baixo de água, as suas pernas estavam à volta da parte superior do meu peito e à volta do meu pescoço.

Lembro-me de me ver em casa na Georgia, a brincar na rua com o meu irmão mais novo, a brincar na terra, fazendo tartes de lama, a atirar pedras, a subir às árvores. Vi-me a mim própria a trabalhar no jardim com a minha mãe e o meu pai. Vi os meus avós e bisavós (na altura vivos). Os acontecimentos festivos que tinhamos passado juntos.

Foi como se estivesse a passar, dentro da piscina, um filme sub-aquático dos meus breves 11 anos. A minha avó (que tinha morrido quando eu tinha 9 anos) estava a dizer o meu nome, como se estivesse a chamar-me através de um altifalante. Eu podia ver a sua cara e tentava alcançá-la debaixo de água, quando os meus olhos ficaram tão pesados que não os conseguia manter abertos e estava a afundar-me. Lembro-me de sentir o calor da água aquecida pelo sol a ficar mais fria. De seguida vi a minha mãe que me tinha puxado para fora da piscina. Após ter sido examinada por técnicos de emergência médica, verificaram que eu estava bem e foi-me permitido ficar na casa que estávamos a visitar em vez de ir para o hospital.

Realto 2: Cerca de 20-21 anos de idade, em casa na Georgia.

Sentindo-me mal do estômago em casa de vizinhos, decidi fazer saida rápida para o meu apartamento. A cerca de quatro passos da sua porta, aterrei no passeio de cimento e comecei a ter convulsões.

Foi durante a convulsão; não senti dor, normalmente nunca o sinto durante uma convulsão, nem me apercebo que estou a ter uma até acabar. Desta vez pareceu um pouco diferente. Era familiar e de algum modo parecia que sonhava que estava a morrer e a falar comigo própria no sonho.

Vi escuridão completa com uma pequena luz no centro, como se estivesse a brilhar através de um buraco de alfinete. Foquei-me na luz para ver o que era quando comecei a ouvir música.

Descrever a luz é simples. Era brilhante, uma luz branca que feria os olhos, a mais brilhante que jamais vira e ainda assim tão pequena.

A música, não a consigo descrever, nem nunca consegui. Era calmante, nada como algo que tivesse ouvido anteriormente ou desde então mas no entanto parecia-me familiar, como se eu soubesse a melodia; não havia vozes na música, também não tinha um ritmo verdadeiro, apenas existia.

Daí ouvi a minha própria voz dizer, “então isto é que é morrer, não é tão mau”.

De seguida, ouvi o meu nome a ser dito repetidamente por uma voz frenética a implorar-me que acordasse. Quando abri os meus olhos, mesmo sem perceber com quem estava a falar ou mesmo até onde estava, disse “Morri. Acabei de morrer”. Foi então que pude saborear o sangue e sentir toda a dor em que estava devido um maxilar partido e a um enorme alto na minha cabeça. Fui levada para a Sala de Emergência e tentei explicar ao médico o que tinha acontecido. A sua opinião foi que eu apenas tinha batido a minha cabeça com uma força extrema e tinha sido isso que causou a luz; falha no cérebro.  Ele não tinha qualquer explicação para a música e enviou-me para outro médico para ser suturada, fazer raio X e por aí fora.

Informação Anterior:

Género:    Feminino

Data em que ocorreu a EQM:       Dois relatos separados; datas exactas desconhecidas.

Na altura da sua experiência, houve algum acontecimento associado a uma ameaça de vida?    Sim   Acidente    Acidental: afogamento.

Outra: tenho epilepsia    relato 2 com a idade de 20-21; bisavó tinha sido diagnosticada há pouco tempo com cancro do fígado.

Elementos da EQM:

Como considera o conteúdo da sua experiência?      Perturbadora

Existem quaisquer drogas ou medicamentos que poderiam ter afetado a experiência?   Não    

Foi a experiência fantasiosa em qualquer forma?    A segunda experiência foi como um sonho e familiar para mim.

Sentiu-se separado(a) do seu corpo?   Impreciso   O segundo relato; eu estava a falar comigo como se eu fosse outra pessoa.

Em que altura durante a experiência estava no seu mais elevado nível de consciência e de alerta?      Pensei que estava alerta mas os que testemunharam ambos os acontecimentos afirmaram que os meus olhos estavam fechados, e para eles eu mal respirava.

O tempo pareceu acelerar ou abrandar?   Tudo pareceu acontecer de uma só vez; ou o tempo parou ou perdeu todo o significado    Em ambas as experiências, foi como se todo o tempo tivesse parado e senti como se ele andasse para trás.

Sua audição diferia de qualquer forma da normal?   Sim   Vozes e música.

Passou por ou através de um túnel?   Impreciso  Na segunda experiência, eu fui muito atraída para a pequena quantidade de luz que podia ver. Era tão pequena mas senti como se me estivesse a tentar puxar para ela, ou em vez disso, manter a minha atenção apenas focada nela. Então ouvi a música que me distraiu.

A experiência incluiu:    Presença de pessoas já falecidas

Encontrou ou teve consciência de algum ser falecido (ou vivo)?     Sim     Primeiro relato, onze anos de idade: Vi a minha avó que tinha morrido quando eu tinha nove anos. Ela estava a dizer repetidamente o meu nome, de alguma forma amplificado.

A experiência incluiu:   Luz não terrena

Viu uma luz não terrena?     Sim  Ver narrativa acima.

Pareceu-lhe entrar num outro mundo não terreno?    Não

A experiência incluiu:    Forte tom emocional

Pareceu-lhe de repente que entendia tudo     Não    

A experiência incluiu:   Consciência de eventos passados na sua vida

Cenas do seu passado vieram até si?   Primeiro relato, 11 anos; vi-me a mim própria a fazer todas as actividades infantis que tinha feito; brincar na rua com o meu irmão mais novo, fazer lama, atirar pedras, subir às árvores. Vi-me a mim em reuniões familiares; acontecimentos festivos onde toda a minha familia estava junta, pais, avós e bisavós, tias, tios e primos.

Não aprendi nada que não tivesse aprendido nos meus breves onze anos de idade.

Cenas do seu futuro vieram até si?     Não    

A experiência incluiu:    Fronteira ou ponto de não retorno

Alcançou um limite ou uma estrutura física limitante?     Sim     Na segunda experiência; senti e sinto como se a luz fosse uma barreira; um ponto de separação entre onde eu estava e onde eu podia ir.

Chegou a um limite ou ponto de não retorno ou teve escolha de ficar lá ou voltar para o seu corpo terreno?   Não  

Deus, Espiritual e Religião:

Teve alguma alteração nos seus valores e crenças devido à sua experiência?    Sim    Tenho um medo terrivel de morrer.

No que respeita às nossas vidas Terrenas que não seja a Religião:

Desde a sua EQM as mudanças na sua vida têm sido:      Ficou mais ou menos na mesma.

As suas relações mudaram especificamente devido à sua experiência?    Tenho medo de morrer; tenho ataques de pânico e estou agora de baixa médica devido a ataques incontroláveis.

Após a EQM:

Experienciou uma mudança no medo da morte devido à sua experiência?      Sentimentos acerca da morte

A experiência foi difícil de expressar em palavras?     Sim    

Após a sua experiência, tem algum dom psíquico, não-comum ou outro dom especial que não tinha antes da experiência?     Sim     Os meus instintos melhoraram grandemente; por exemplo: consigo prever quando algo muito mau vai acontecer. Não diria que é um dom, agora é apenas um instinto que eu sigo mais de perto em vez de o ignorar.

Há alguma, ou várias partes da sua experiência que são especialmente importantes ou siginificativas para si?      Relato 1: melhor, ver a minha avó.

Pior; ver o medo na cara da minha mãe após ela me ter puxado da piscina.

Relato 2: melhor; sentir-me calma, sem dor, sem confusão, não ter medo de ser curiosa.

Pior: maxilar partido!

Alguma vez partilhou esta experiência com outros?     Sim     Partilhei tanto com a minha familia como com amigos. Eles passaram pelas mesmas coisas que eu passei.

Em algum momento da sua vida, algo alguma vez reproduziu qualquer parte da experiência?     Não