EQM de Karen H
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Descrição da Experiência:

Eu estava trabalhando no último dia antes de tirar a licença maternidade. Eu estava grávida de oito meses, mas estive tão cansada nos últimos dois dias que mal podia trabalhar. Sentia-me confusa, pálida, apática, e notei pela manhã que minha área perianal estava com uma coloração completamente azul. Eu vinha me queixando tanto durante a gravidez que decidi o que quer que fosse que tivesse sentindo, podia esperar mais um pouco. Eu tinha uma consulta médica às 14h daquele mesmo dia. Eu ia pedir ao médico para me afastar do trabalho, mas de qualquer forma, eu não iria voltar até que eu me sentisse com mais energia.

Eu estava na cantina após o chá de bebê que os meus colegas de trabalho prepararam para mim, quando o telefone tocou, a ligação era para mim. Levantei-me e fui até o telefone, quando uma mulher passou por mim, disse: 'Quando é que você vai ter esse bebê?' Há muito tempo eu cansei dessa pergunta, e minha resposta padrão era: 'Ainda não.' Então, desta vez, eu disse: 'A qualquer minuto.' Premonição? Acho que não. Mas foi uma coincidência.

Peguei o telefone, era meu marido. Ele nunca me ligou no trabalho, então fiquei um pouco alarmada. Ele me ligou para dizer que tinha conseguido fechar o negócio para trocar, como queria, seu velho e batido carro, Gremlin, pelo novo Grand Prix, e iria levar nossa filha de quatro anos de idade mais cedo para a babá. Ele não estaria em casa o resto do dia e sentiu que precisava me dizer isto por algum motivo. Ele iria para o trabalho às 02h30 da tarde. Eram 10h00.

Era 1986. Telefones celulares eram desconhecidos das maiorias das pessoas, por isso a sua chamada se mostrou providencial. Enquanto estava ali, ouvindo-o ao telefone, de repente senti como se estivesse molhando minhas calças. Eu pensei por um segundo que a minha bolsa havia estourado e de repente o fluido jorrou para fora de mim com tanta força que parecia explodir no chão, e escorreu por todo o lugar. Olhei para baixo e vi meu próprio sangue escorrendo de mim em uma taxa tão alarmante que me sentia fraca. Eu não sei se por já ter perdido tanto sangue, eu estava começando a desmaiar, ou se me senti fraca pela visão do meu próprio sangue. Gritei ao telefone: 'Oh meu Deus, Butch. Eu estou morrendo! Você tem que vir para aqui agora! "Então joguei o telefone tão forte quanto podia no outro lado da sala”.

No meu trabalho éramos todas mulheres, minhas colegas me cercaram e me ajudaram a deitar sobre uma mesa do refeitório. Uma correu e chamou o meu médico. Dois dias antes, eu tinha postado números importantes para chamar em caso de alguma coisa acontecer comigo, e minha supervisora, Kathy, mais tarde me contou como ela estava grata por eu ter feito aquilo. O médico disse-lhes para me trazer para seu consultório, não percebendo o quão severamente eu estava sangrando. Foram feitos planos para isso, mas agora, a minha condição era tão ruim que eu não conseguia nem me sentar, e havia começado ora a me sentir inconsciente, ora consciente, embora estivesse acordada. Eu continuei a ouvir barulho de água pingando, e pedi-lhes para parar o gotejamento várias vezes. Continuou pingando, e eu virei minha cabeça e vi que eu tinha sangrado tanto que já havia escorrido até a parede da cantina (cerca de 5 metros) e mais distante ao lado da cantina (cerca de quatro a cinco metros mais). Kathy me viu suspirar de horror, e disse: "Isso não é água pingando. É sangue”. Eu sabia que ia morrer naquele momento. Eu sabia que estava de alguma forma completamente distante da situação, não estava em pânico, não estava preocupada, não da forma como eu pensei que me sentiria se soubesse que minha vida corria perigo. Eu estava calma.

A cena na cantina continuou. A confusão começou na discussão sobre onde eu deveria ser levada, então, meu supervisor de departamento entrou e mandou todos saírem e pediu para Kathy chamar uma ambulância. Eu estava indo para o hospital. Não me importava com isto naquele momento. Não sentia nenhuma dor. Não estava preocupada com a minha segurança ou do bebê. Eu só sabia que estava em paz. Quando a ambulância chegou, alguém disse aos socorristas que eu tinha tido uma hemorragia nasal. Eles entraram e não ficaram totalmente alarmados. Todo o sangue tinha sido limpo. A socorrista me perguntou se essa era a minha primeira gravidez e acariciou minha mão de forma maternal. Eu sabia que ela não havia entendido a situação, e eu não senti uma necessidade premente de explicar a ela que tinha coágulos do tamanho das bolas de softball na minha meia-calça, havia pelo menos quatro ou cinco. Eles trataram a coisa toda como uma viagem de rotina para o hospital. Eles me carregaram em uma maca e saímos. Eles não aplicaram um soro intravenoso, não olharam debaixo do meu vestido, não me perguntaram nada, exceto se eu estava em trabalho de parto. Eles não acenderam as luzes ou ligaram as sirenes no caminho para o hospital.

Nós chegamos ao hospital em cinco minutos, pois estava apenas a aproximadamente seis quarteirões de distância. Eles me removeram, fomos de elevador até o terceiro andar, e me deixaram no corredor em frente ao posto das enfermeiras, colocaram meu prontuário em cima do balcão. “Alguém vai estar com você em um minuto”, disse a enfermeira presunçosamente. Até hoje, acho que ela pensou que eu não estava em perigo imediato. Ela parecia achar que eu era uma jovem em pânico preste a ter um bebê e que tinha tido um pequeno sangramento nasal.

Lá fiquei, não por muito tempo, mas realmente não sei por quanto tempo. Até que comecei a me sentir fora do meu corpo. Senti-me fria no início, mas não desconfortável. Senti como se estivesse flutuando um pouco, saindo e voltando para meu corpo. Não vi uma vista aérea ou qualquer coisa assim. Mas pude ouvir conversas em salas diferentes. Tudo de uma vez. Nada de importante. Eu vi os socorristas de ambulância em uma sala de descanso, comprar biscoitos de queijo Lance, tentando pegar o pacote de biscoitos na máquina de venda automática. O pacote parecia estar preso de alguma forma. Eu parecia estar vendo a cena a partir do alto da moldura da porta. E então estava de volta olhando para o teto no corredor. Eu me senti em paz. Senti-me feliz, livre, como se um peso tivesse sido tirado de mim. Pensei um pouco sobre o meu marido e minha filha , como eles iriam sentir minha falta, como eles precisavam de mim. Mas eu realmente não queria ficar. Eu queria flutuar. Eu queria ser livre de novo, mas continuei sentindo o peso do meu corpo me puxando para trás e continuava a sentir a necessidade de ir, mas ao mesmo tempo me senti como se não estivesse autorizada a sair por algum motivo. Continuei sendo empurrada de volta para o meu corpo antes que pudesse sair, mas não senti nenhuma pressão.

Fiquei ali, não muito, mas o suficiente para quase terminar sangrando até a morte. Senti um calor me aquecendo, e eu me virei para olhar. Eu não conseguia falar, eu não tinha nehuma energia. Gastei toda a minha energia apenas para virar a cabeça. Eu vi uma enfermeira se aproximar de mim e dizer: “Você não parece tão bem", quando ela levantou o lençol. Ela deu o sinal de emergência. As pessoas vieram correndo de todos os lados, a maca começou a rolar, e senti de alguma forma que estava sendo deixada para trás por um segundo, e então, a minha visão mudou e estava olhando para o teto novamente. Daquele ponto em diante, eu fiquei com o meu corpo. De repente, comecei a me preocupar com o bebê. Senti que ele estava morto. Senti medo e confusão.

Pessoas corriam para todo lado, aplicaram uma injeção intravenosa, começaram uma transfusão de sangue, ligaram monitores para o bebê e para mim. Senti uma onda de calor (o sangue e o medicamento que estavam sendo administrados me atingiram como um cobertor quente que está sendo lançado sobre mim). Senti-me enérgica e perguntei sobre o bebê. Ele está vivo? Ninguém me respondeu. Meu marido entrou com a minha menina. Eu disse a ela que eu a amava e para ser uma boa menina para o pai, enquanto mamãe estava doente. Eu fiquei inconsciente, sem lembrar-me de nada. Acordei quando uma enfermeira foi remover o monitor do bebê. Perguntei por que ela estava removendo-o. Ela não respondeu. Eu disse para ela deixá-lo ligado. Ela continuou a removê-lo. Eu insisti. Ela deixou-o e saiu com pressa. O médico entrou, disse ao meu marido e a mim que o bebê tinha morrido. Eu tinha menos de trinta por cento de chance de sobreviver a uma cirurgia para remover o bebê, assim eles me deixariam expulsá-lo naturalmente. Reuni minhas energias e disse ao médico que o bebê estava vivo. Eu queria que o monitor permanecesse ligado. Eu tinha ouvido o batimento cardíaco do bebê quando não havia ninguém na sala. O médico disse que era impossível. O bebê não tinha batimentos cardíacos no momento, apontando para o monitor, e deveria aceitar o fato de que ele tinha falecido. A tarefa agora era para me manter viva.

A enfermeira mais uma vez tentou remover o monitor, e eu gritei para o meu marido para detê-los. “Não deixe eles removerem, Butch. Ele está vivo. Ouvi seu coração! Eu ouvi!" O médico fez um gesto para a enfermeira para deixá-lo, com um olhar simpático. De repente, o monitor começou a fazer um beep. O coração de meu bebê estava batendo depois de tudo! Em sete minutos, estávamos na sala de cirurgia, o bebê foi reanimado novamente e eu estava no caminho para a recuperação.

Fui para casa cinco dias depois, fraca e debilitada fisicamente, mas sentindo que tinha um novo sentido para a vida. Eu agora não temo a morte da maneira que temia. Eu realmente não vi ou falei com nenhum ser durante o EQM, mas me senti saindo do meu corpo muitas vezes durante o episódio e fui forçada de volta para o confinamento. Eu senti um fugaz momento de liberdade, de ser liberta dos limites do corpo em que estava e isso foi momentaneamente emocionante. Eu sabia agora que se libertar do corpo era uma coisa agradável, não um horror.

Levei um ano para me recuperar fisicamente. Durante esse tempo, passei muitas horas por dia, no chão com Thomas e minha filha Julie ensinando meu bebê a sentar-se, rolar, para exercitar as suas pequenas pernas. Ele não prosperava. Sua cabeça ficou desproporcional ao seu corpo. Eu fui advertida repetidamente pelo grupo pediátrico para não esperar milagres. Thomas tinha tido uma pontuação APGAR (Aparência, Pulso, Expressão, Atividade, Respiração) de 3 no nascimento. Isso foi fundamental. Cinco minutos depois, ele foi reexaminado e pontuou em 6. Tinha mal passado a pontuação de referência de 5. Ninguém sabia a extensão do dano que podia ter tido durante todo o tempo que não tinha batimento cardíaco. A placenta tinha sido retirada do útero antes do tempo e uma grande parte do suprimento de sangue que eu deveria estar dando a ele escapou e comprimiu meu útero, sem que eu soubesse. Eu estava sangrando lentamente, internamente, sem nenhum sinal exterior, exceto a área perianal azulada e minha palidez extrema e fadiga. Normalmente, a mulher perde a criança durante o evento, e se a criança sobrevive, há danos cerebrais por falta de oxigênio. Os efeitos sobre a criança são geralmente devastadores ou fatais. À vezes a mãe morre e muitas vezes, se ela sobreviver, ela deve passar por uma histerectomia para parar o sangramento. Tinham me dito isto muitas vezes. O meu caso foi diferente.

Até Thomas ter onze meses de idade, ele não rolava, sentava, ou mesmo mostrava interesse em fica em pé. Tudo o que ele fazia era ficar deitado e sorrir enquanto sua cabeça crescia e seu corpo permanecia no porte infantil. Cheguei a temer as visitas ao médico e toda a sua negatividade. Eu o odiava dizendo que algo estava errado, que o bebê deveria estar mais ativo, que eu me preparasse para o pior e esperasse o melhor. Eu não aceitava isso. Continuei a minha fisioterapia diária com ele no chão, e segurava-o o tempo todo, quando ele não estava no chão. Não me atrevi a matriculá-lo na creche, por medo de que, o fato de ficar num berço durante todo o dia iria dificultar o seu progresso. Chorei algumas vezes, quando estava sozinha. Eu não queria que ele ficasse prejudicado. E rezei muito.

Então, um dia, Thomas rolou. Liguei para o médico chorando! Uma semana depois, ele sentou-se e até o final do mês, ele deu o seu primeiro passo! Eu esperava um milagre e consegui. Seu corpo começou a crescer e quando ele tinha dois anos de idade, era uma criança normal e saudável. Hoje, Thomas tem quinze anos. Ele é um garoto de bom coração, chegado a mim, e deixou para trás o seu início lamentável de vida. Ele agora tem um metro e oitenta e pesa 104 kg! Ele calça 45. Ninguém acredita que ele um dia esteve predestinado a ficar mentalmente debilitado.

Eu acredito que todos os eventos ocorreram de alguma forma em seqüência para me permitir esta experiência. Experimentei sentimentos e sensações estranhas que foram me confortando mesmo à beira da morte. Eu aprofundei minha compreensão da vida e continuei a aprofundar ao longo dos anos.

Eu não mencionei que poucas semanas depois que eu trouxe Thomas para casa, todos nós tínhamos tirado uma sesta durante uma tarde. Thomas rotineiramente dormia quatro horas e Julie não costumava dormir muito, ela apenas deitou-se em sua cama e brincou. Eu pensei que iria dar uns quinze minutos de cochilo no sofá e por sempre ter um sono leve, não estava muito preocupada com o fato da Julie estar acordada. Ela iria ficar na cama por pelo menos esse tempo. Eu deitei no sofá e caí imediatamente em um sono profundo que era diferente de tudo que eu já tinha experimentado antes ou depois.

Lembro-me de estar deitada, mas não de pegar no sono. Era como se eu tivesse desmaiado assim que minha cabeça tocou no travesseiro, como se costuma dizer. Fechei os olhos e senti como se estivesse caindo. Eu senti como se abrisse meus olhos e uma luz brilhante estivesse em toda parte. Era luz suave e ensolarada, apenas branca. Eu estava andando por uma calçada, olhei para o outro lado da rua e vi uma bela criatura que identifiquei como um 'anjo' andando do outro lado, na direção oposta. Quando me virei para olhar para 'ele', ele olhou para mim e de repente eu estava em pé na frente dele. Ele era tão bonito, com cabelos longos, brancos, sedosos e ondulados, e usava um vestido branco esvoaçante que estava amarrado na cintura com um fino cordão branco e usava um decote que me chamou a atenção. Ele era cortado muito baixo, quase até a cintura e seu tórax estava exposto. Parecia que era feito de cera e tinha muitos musculos definidos. Ele era muito atraente e seus olhos eram azuis penetrantes, embora eu não conseguisse olhar diretamente para eles, mas apenas por breve momentos. Fiquei olhando para seu tórax que era mais alto do que a minha cabeça. Ele parecia ser muito alto, muito musculoso, formas perfeitas e ainda assim, amável e poderoso. Ah, ele tinha enormes asas, que eram presas em suas costas. Elas estavam direcionadas acima de sua cabeça, completamente brancas e afiladas. Fiquei admirada, me senti humilde, muito humilde para falar. Ele me disse telepaticamente: "Eu tenho algo muito importante para você fazer”.

Eu pensei: "O que é isso?”, mas eu não disse nada. Ele ouviu os meus pensamentos e disse: "Você saberá quando chegar a hora. Mas você tem uma tarefa importante”. Eu me senti especial. Senti-me amada, como se brilhasse por dentro. Eu não conseguia compreender como alguém como eu poderia ter algo de especial a fazer, mas eu estava pronta para o que quer que seja. Eu não me sentia insignificante e não sentia medo. Eu me senti poderosa e habilitada. Eu me sentia capaz de tudo o que fosse que eu tivesse que fazer. Eu queria fazer mais perguntas, mas sabia que não precisava. Isso era tudo que eu precisava saber. Então, eu abri meus olhos.

O brilho na sala desvaneceu à luz fraca do pôr do sol. Eu chequei o relógio para ver quanto tempo eu tinha dormido e fiquei chocada ao ver que eu tinha dormido três horas! Eu pulei e corri para o quarto da minha filha de quatro anos com medo de não encontrá-la, ou encontrá-la ferida ou algo sério tivesse ocorrido. Eu nunca a tinha deixado sozinha por muito tempo antes. Eu estava em pânico! Ela costumava se meter em encrencas. Mas lá estava ela, dormindo profundamente. Eu não sei há quanto tempo ela estava dormindo porque eu dormi muito antes que ela. Ela nunca tinha tirado cochilos. Eu certamente não podia acreditar que ela tinha dormido até anoitecer. Eu verifiquei Thomas. Ele estava começando a se mexer e a acordar. Eu estava atordoada que tudo tinha sido tão tranqüilo por tanto tempo e que eu tinha dormido por três horas. Eu me lembrei do sonho. Sentei-me no sofá e repassei os detalhes por um longo tempo. Eu nunca vou esquecer isso e nunca tive outro sonho como este. Eu digo que foi um sonho, mas foi muito mais do que isso. Eu estava convencida de que era real e ainda estou convencida da mesma coisa. Eu simplesmente não consigo explicar a diferença entre os meus sonhos e este 'episódio'. A profundidade e realismo são inexplicáveis.

Eu ainda não sei qual é a minha "missão" especial. Talvez tenha sido ficar em casa com Thomas até que ele foi capaz de desenvolver-se adequadamente. Talvez eu ainda não a tenha cumprido. De qualquer maneira, estou pronta. Estou pronta para o que estiver no meu caminho. Estou procurando uma maneira de sair do normal e fazer algo de bom para alguém. Eu procuro maneiras de ser compreensiva. Sou mais compassiva agora. Sou sensível a outras histórias sobre o mesmo assunto. Acredito que estas coisas acontecem apenas em nossas mentes ou no vasto campo de energia que existe ao nosso redor de cada um de nós. Não tenho respostas. Eu realmente nem sequer tenho perguntas. Não é para nós sabermos. Ainda.

Fez uso de medicamentos ou substâncias com potencial de afetar a experiência: Não

Foi difícil expressar em palavras o tipo de experiência? Não

Havia alguma ocorrência de risco de morte associada na época da experiência? Sim. Gravidez terminando em descolamento da placenta do útero; hemorragia grave; deixada no corredor sozinha no hospital até que uma enfermeira passou e notou que eu estava extremamente pálida e tinha um olhar fixo.

Em qual momento, durante a experiência, você estava em seu maior nível de consciência e vigilância? Eu me senti muito alerta mentalmente e não senti nada fisicamente.

A experiência assemelhou-se de alguma forma a um sonho? Bem, o segundo episódio que eu descrevo como um sonho, aconteceu durante um cochilo. Eu costumo dizer que foi um sonho. Essa é a única maneira de descrevê-lo para que outras pessoas possam compreender o que eu estou descrevendo. Mas não sinto como se fosse um sonho. Tinha profundidade, imenso realismo, grandiosidade, um aprendizado através da experiência, embora não me lembre do que aprendi.

Vivenciou uma separação corpo-mente? Sim, não posso descrevê-la diferente de como me sentia. Leve. Não olhei para dentro de mim. Era como se estivesse olhando para a cena de um filme a partir de diferentes ângulos. Algo que experimentei comparável com a seguinte explicação: Eu estava jogando um videogame e apertei o botão para mudar o ponto de vista e imediatamente pude ver de um ângulo diferente. A minha experiência foi assim. Eu nunca olhei para mim mesma. Minha visão era de quase 180º sem ter que se virar. Eu podia ver do alto, mudar para close-up e panorâmica tão rapidamente entre as “vistas” que o tempo não parece aplicar-se.

Que emoções sentiu durante a experiência? Paz. Silêncio. Felicidade. Desapego. Liberdade. A ausência de peso. Sensação emocional forte de ser puxada para fora até flutuar.

Ouviu sons ou ruidos incomuns? Não.

Entrou ou atravessou algum túnel ou compartimento fechado?Não.

Você viu uma luz? Não.

Encontrou ou viu outros seres? Sim. No segundo episódio de "sonho”, caí em um sono profundo e encontrei-me andando na calçada de uma bela cidade. Parecia um pouco como fosse de cristal, translúcida, um branco que brilhava. Pensei que alguém estava comigo, andando ao meu lado, mas não me lembro de ter visto ninguém, nem mesmo eu. Mais uma vez, eu tinha uma visão de "câmara", uma visão de close up.

Durante a sua experiência, observou ou ouviu qualquer coisa associada a pessoas ou eventos que foi posteriormente verificada? Sim. Bem, não verifiquei isso, mas vi os técnicos de emergência médica que tentavam obter pacotes de biscoitos de queijo a partir de uma máquina de venda automática onde aparentemente estavam presos. Eu sei que a área de venda ficava na outra extremidade do corredor, não perto o suficiente para tê-los ouvido falar, ou até mesmo tê-los visto. Ouvi o coração do meu filho bater quando não havia mais ninguém na sala e cada vez que eu dizia isso, a enfermeira olhava para a fita e, evidentemente, não via nenhuma evidência disso. Eles continuaram a tentar remover o monitor até que seu coração começou a bater enquanto eles estavam ali. Se eles tivessem retirado o monitor, nunca saberiam que seu coração começou a bater, e ele teria nascido por parto natural, possivelmente a custar-me a minha própria vida, e, definitivamente, a dele também.

Viu ou visitou belos ou especiais lugares, níveis ou dimensões? Sim, não durante a EQM, mas adiante, no "sonho”.

Você sentiu uma alteração de espaço e ritmo? Sim, me senti libertada de uma 'caixa' (meu corpo); me senti flutuando e sem peso, como se estivesse em vários lugares ao mesmo tempo, embora nunca tenha saído do andar em que me encontrava no hospital.

Teve uma sensação de possuir um conhecimento especial, de ordem e / ou objetivo universal? Mais ou menos, eu senti sua presença, mas eu não tive permissão para conhecê-lo.

Alcançou um limite ou uma estrutura física limitante? Mais ou menos. Parecia que o teto era a minha área de visão, o ângulo que eu via era a partir do teto. Do meu ponto de vista, eu estava na altura do teto da sala de descanso, olhando para baixo, para a parte de trás da área de máquina de venda automática. Eu não senti o teto me pressionando, só que estive contra o teto por breves instantes e, em seguida, estava de volta no meu corpo.

Tomou conhecimento de eventos futuros? Mais ou menos, eu tenho uma sensibilidade maior à linguagem corporal das pessoas, emoções verdadeiras e motivações, embora não ouça o que as pessoas pensam ou qualquer outra coisa. Parece-me que percebo mais sobre as pessoas do que os outros indivíduos conseguem, e às vezes, os meus amigos olham para mim estranhamente, como se eu tirasse conclusões muito rapidamente. Mais tarde, normalmente, minhas conclusões se mostram corretas.

Esteve envolvida em uma decisão consciente de retorno ao corpo? Não, eu parecia estar preso a ele de alguma forma, sentia a liberdade, mas não era capaz de abandoná-lo, entrando e saindo dele muitas vezes, mesmo que fosse apenas para flutuar até o teto.

Passou a ter quaisquer dons psíquicos, paranormais ou outros especiais que não tinha antes, depois da experiência? Mais ou menos, pareceu aumentar minha sensibilidade para com as pessoas em geral, e ser capaz de ver as suas motivações mais claramente do que os outros fazem. (Veja também a resposta à pergunta 18, acima.)

Suas atitudes e crenças foram alteradas após a experiência? Sim, não temo mais a morte, não tinha profunda vivência religiosa, passei a me interessar mais por religião e explorei isso por um tempo. Tive uma sensação de paz e de algum propósito desconhecido, não sei o que realmente era.

Você compartilhou esta experiência com outras pessoas? Sim, apenas algumas pessoas. Cônjuge, amigos e familiares próximos. Somente uma amiga minha que era Testemunha de Jeová me levou a sério. Ela ouviu atentamente e acreditou em mim e me disse honestamente que ela não tinha idéia do que era, mas que deve ter sido real, pois, tinha sido muito real para mim.

Quais emoções vivenciou após sua experiência? Ligação extrema com meu filho, profundo sentimento de paz na morte e passei a não temê-la. Senso de propósito, embora eu não sei o que é ainda.

O que foi o melhor e o pior de sua experiência? Os sentimentos de liberdade foram os melhores. O pior? A recuperação física e a depressão depois.

Há algo mais que desejaria acrescentar referente à experiência? Não.

A sua vida mudou especificamente por conta da experiência? Mais ou menos, eu amadureci com a idade. Mas sinto que não temo mais as coisas do jeito que costumava temer.

Após a experiência, surgiram outros eventos em sua vida ou fez uso de medicamentos ou substâncias que reproduziram alguma parte de sua experiência? Não.

Existem outras questões que poderíamos abordar para ajudá-la a comunicar sua experiência? Sim.

Tem alguma outra pergunta que poderia ajudá-la a comunicar sua experiencia? Nenhuma.