EQM de James T
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Descrição da Experiência:

Descobri o vosso site no outro dia e ri comigo próprio por não ter pensado em procurar por um site como o vosso antes.Tão raras quanto podem ser estas experiências de quase morte, parece haver muitas pessoas que as tiveram. Podem pensar que num período de trinta e seis anos, eu poderia ter encontrado ao menos uma outra pessoa com quem pudesse falar, mas infelizmente, não encontrei. Talvez, se aceitarem o meu relato e o publicarem no vosso site eu finalmente tenha a oportunidade de comunicar com algumas destas outras pessoas. Tenho querido comunicar as coisas que entendi há algum tempo, e tenho relatado as minhas experiências a muitas pessoas, mas tornou-se óbvio que é algo com o qual muitas pessoas simplesmente não conseguem lidar completamente. Algumas acham-no interessante mas posso dizer que muitas, pelo olhar nas suas caras, me acham um pouco estranho.

Tive três experiências na minha vida, mas primeiro devo realçar que quem inventou a frase “experiência de quase morte” provavelmente nunca teve nenhuma. Posso assegurar-vos que não há nada a meio caminho ou “perto” acerca de morrer, mesmo se se somos suficientemente sortudos em voltar de tal experiência, morrer é bastante absoluto. Seria como dizer a uma mulher que teve um aborto espontâneo aos oito meses e meio, que ela na realidade nunca esteve grávida mas apenas teve uma “experiência de quase gravidez”.

Da primeira vez que morri foi no verão de 1968 quando eu tinha quatro anos de idade. Afoguei-me. As pessoas parecem surpreendidas que eu me lembre de algo daquela idade. Tenho que concordar. Não há muito mais que possa dizer, mas um acontecimento traumático como afogamento tende a gravar-se na nossa mente. Consigo lembrar-me de cada detalhe como se tivesse acabado de acontecer. Como podem imaginar, não é uma experiência agradável.

Assim que tive dificuldade em alcançar a superficie para respirar, entrei em pânico. E assim que não consegui alcançar de todo a superficie, aquele pânico escalou quase instantanemente para terror absoluto. Simplesmente estar consciente de não conseguir respirar, tentei conter o ar o mais que pude; mas a dor que senti foi muito rápida, como fogo a ir de azul para amarelo. Tornou-se muito quente, muito rapidamente que eu não conseguia distinguir se era muito quente ou muito frio. Antes de engolir água, simplesmente abandonei a minha vida, psicologicamente, e naquele deixar ir, fui imediatamente envolvido com a mais profunda sensação de paz e calma. Sempre pensei que fosse como estarmos no ventre da nossa mãe, a sensação de ausência de peso, flutuando naquele fluido perfeito que não tinha sensação de temperatura; simplesmente ligava com todo o meu ser. E um som confortante, calmo, e monótono hum. Cada sentido sentia este conforto perfeito de um absoluto amor e pertença. Simplesmente tornei-me aquela luz branca perfeita.

Foi aqui que a experiência terminou. O vizinho aparentemente viu-me em pé no cais e da vez seguinte que olhou eu já lá não estava. Ouvi mais tarde que ele quase arrancou a porta da sua casa quando passou por ela, cobrindo uma distância significativa de praia numa questão de segundos e conseguiu localizar-me debaixo de água, o suficientemente rápido para eu estar hoje a escrever estas palavras. Ele sabe quem é, e agradeço-lhe novamente. O que me lembro de seguida foi o desagradável vomitar da água, onde, devido a ter liquido nos pulmões, de cada vez que tossia algo para fora, tinha aquela resposta automática de falta de ar, tão rápida que inalava alguma da água que tentava expelir. Essa parte não é agradável de todo, o que é algo como ser arrastado, vendo que momentos atrás estava no maior estado de benção.

A segunda experiência de morte que tive foi quando tinha dezanove anos. Aqui é onde eu espero perder muitas pessoas, uma vez que foi uma overdose de cogumelos mágicos que levaram a esta experiência. Aceito o facto que muitos possam presumir que eu simplesmente tive uma alucinação, o que provavelmente eu próprio pensaria, não tivesse eu tido a experiência anterior. Não foi uma overdose intencional; foi apenas idiota, exuberância juvenil uma vez que eu nunca antes tinha visto uma bandeja cheia de cogumelos mágicos. Cerca de uma hora mais tarde eu não me sentia bem de todo e fui até à casa de banho para ver se conseguia deitar aquilo para fora. Percebi que estava em sérias dificuldades quando, enquanto estava sentado na sanita, comecei a perder todas as funções do meu corpo, e não me podia levantar ou pedir ajuda se quisesse.

De repente, eu estava no tecto a olhar para o meu corpo. Não passei muito tempo a comtemplar isto porque eu já não estava naquele corpo, aquele não era eu, eu estava lá em cima no tecto, por isso foi fácil deixar aquela concha para trás. Virei-me de costas para o meu corpo e simplesmente atravessei o tecto, rapidamente voei por cima da cidade, e fui imediatamente arremessado através do espaço. Lembro-me mesmo no inicio, de passar planetas no nosso sistema solar como Saturno e Júpiter e pensar que era tão estranho eu poder ver detalhes tão vívidos. (Anos mais tarde eu estava a ver as noticias e eles estavam a anunciar a descoberta de outras luas à volta de um dos planetas e eu já tinha visto o que eles estavam a falar). Parecia que tinha muito tempo para observar aquilo que estava a passar, mas ao mesmo tempo estava consciente que ia rápido de mais para ter tempo para fazer isto. Apenas revelava que eu não estava num espaço/tempo normal; estava de algum modo fora dele no entanto capaz de observar e experienciar coisas simultaneamente em diferentes niveis de espaço e tempo. Logo de seguida, eu estava a voar rapidamente através do que parecia ser apenas espaço vazio, em direcção a um distante ponto de luz. Rapidamente cresceu em tamanho enquanto eu me aproximava dele, e percebi que era a mesma luz branca e pura que tinha experienciado aos quatro anos. É a luz mais absoluta, e pura que nunca magoa a vista, provavelmente porque nunca estamos a olhar na realidade para ela com os olhos físicos, embora a sensação seja de ver, é simplesmente uma perspectiva da mente. Era como um sol ou um planeta de luz até eu chegar suficientemente perto para ver mais em detalhe. Foi nesse momento onde ver aquele detalhe, que o que apenas pode ser descrito como “tudo” foi revelado, e até isto é uma pobre descrição do que nos é mostrado. O detalhe posso apenas descrevê-lo como biliões e biliões de “bits” de luz em espiral para perto e para longe daquele “corpo de luz”, que é simplesmente uma descrição mais visual do que chamamos Deus.

Havia uma perfeita harmonia neste processo, e foi como se toda a compreensão me fosse dada ao ver isto. O pensamento seguinte que tive foi que havia uma harmonia e um tempo quando eu voltasse a vir e juntar-me a este “corpo de luz”, apenas não era agora – WHAM!!! – No instante em que tive este pensamento, fui enviado de volta e aterrei violentamente no meu corpo, e os meus olhos abriram-se. Eu sabia exactamente onde estava, porque lá estava, e ainda tinha aquela experiência completamente viva dentro de mim. “Oh meu Deus, eu sei a resposta para a vida e para o universo”. Pensei para comigo, “Se eu apenas conseguisse sair da sanita e contar a alguém”. Mas não me conseguia mover, eu estava de volta ao meu corpo mas o meu corpo ainda estava morto. Devo ter estado lá sentado pelo menos um minuto ou mais antes de entender que não estava a respirar. Oh, isto não é bom. Respirar seria uma ideia realmente boa agora. Respira!! Vamos lá, respira!! Eu estava a começar a entrar um pouco em pânico, e de algum modo dei a mim próprio uma espécie de choque mental, sabem, “Carreguem para vinte – livre – whuuump!! Apenas o suficiente para me permitir bater com o meu corpo numa parede um par de vezes para trazer de volta a vida aos meus membros.

Finalmente recuperei o suficiente, após ter estado lá sentado cerca de vinte minutos, para me levantar e sair da sanita. Quando me vi a mim próprio no espelho, ainda parecia algo morto, pois a minha coloração era de um cinzento realmente doentio, e eu estava coberto de suor. Foi então que me tornei completamente consciente fisicamente do facto de que o meu coração provavelmente parou mesmo que só por um momento ou dois. Como disse, sai-se fora do espaço e tempo normais, por isso mesmo uma experiência que pareça envolver uma grande quantidade de tempo pode realmente ocorrer numa fracção de segundo. Quando abri a porta da casa de banho, um jovial, bastante desnorteado colega de trabalho meu olhou para mim e disse, “M---da, não pareces bem meu, provavelmente deves ir para casa – porque estás tipo - cinzento meu!!” “Parece um plano”, consegui dizer e percebi que explicar a vida e o universo teria de esperar.

Agora, a terceira experiência aconteceu mesmo antes do Natal do último ano, 2003, e ainda se desenrola de algum modo mesmo agora. Olhando para trás, parece que os acontecimentos do 11/9 colocaram algo em movimento. Foi quando eu realmente comecei a reparar numa dor no meu peito, mesmo onde a caixa torácica se separa, onde está o plexo solar. Alguém me disse que este é um dos meus chakras, ou o meu centro. Entre 11 de setembro e o Natal passado, aquela dor cresceu gradualmente; trazida por uma série de acontecimentos pessoais muito sressantes que não é importante referir agora. Finalmente fiquei com demasiadas dores, todas num único local. Era simplesmente muita dor para eu poder aceitar logicamente que a dor era toda minha. Mesmo que cada dia da minha vida tivesse sido um inferno tortuoso, isso não era tão forte como essa dor. Simplesmente não podia ser a minha dor; só podia ser a dor que eu estava a ver no mundo. Eu simplesmente tinha perdido a capacidade de a deixar ir. Acredito que todos somos expostos à mesma dor do mundo todos os dias; apenas temos a nossa forma única de lidar com ela – drogas, alcoól, trabalho, relações, religião – o que quer que seja. Eu simplesmente não a conseguia livrar-me dela e ela estava a matar-me.

Eu não conseguia distinguir ansiedade de stress, de náusea ou raiva. Tudo parecia o mesmo, tudo no mesmo local no meu peito. Passei meses em que todos os dias sentia como se tivesse prestes a ter um ataque cardíaco. Não! Não tive tanta sorte. E a dor continuava a crescer. Cada dia eu pensava que simplesmente não conseguia suportar uma dor maior, não podia ficar pior – mas ficou.

Então, um dia, por volta de 12 de dezembro do ano passado, tive esta terceira experiência. Não foi tanto uma morte física, mas antes um colapso psicológico da mente. Apenas o consegui relacionar com o colapso do universo. Tinha visto um programa com o físico Steven Hawking explicando a natureza e a origem do universo, e pude ligar à forma como ele, trabalhando para trás e fazendo-o colapsar, foi capaz de quantificar matematicamente o universo inteiro de volta às suas origens naquilo que ele referiu ser a “Singularidade Unificada”. Este colapso da mente começou com tentar dar sentido a esta profunda dor que sentia. Não estava a tentar fazer algo especifico, mas assim que comecei a trabalhar para trás, tomando uma situação existente e examinando todos os componentes que a compunham, e depois tomando cada componente e examinando o que era que fazia essa coisa verdadeira, muito rapidamente a minha mente começou a vaguear – por si própria. Fiquei lá mais como um espectador do que participante e apenas reparei em todas as coisas que a minha mente trabalhava. De cada vez que me movimentava mais para trás mais rápido este processo se tornava. Então chegou a um estado onde, como voar de volta para o “corpo de luz”, primeiro fiquei maravilhado pelo facto de conseguir compreender tudo o que estava a ocorrer e então tornou-se tão rápido que eu comecei a ficar bastante assustado. Quanto mais para trás eu ia mais rápido e mais simples se tornava, até chegar ao fim com uma palavra. E não interessava que palavra eu escolhesse, eu podia andar em circulos com qualquer outra palavra.

Fiquei lá à espera de morrer. Estava certo que a minha mente tinha acabado de colapsar completamente, e isto deve ser o que acontece a alguém mesmo antes de ter um aneurisma cerebral ou combustão espontânea. O interior da minha cabeça, o meu cérebro, o que quer que seja, estava apenas a zunir. Era como se a parte de trás do meu cérebro tivesse inchado para o dobro do seu tamanho e que a parte de trás da minha cabeça tivesse também inchado. E eu esperei, e esperei, e esperei. Mas não morri.

Na realidade não sei como me senti acerca daquilo. Parte de mim estava aliviado, com certeza. Mas o sentimento mais predominante era quase como arrependimento. O que tinha vindo com este colapso foi demasiado entendimento de demasiadas coisas. Coisas que eu sabia que não havia razão para ser capaz de compreender ou entender, mas apenas simplesmente sabia, e não as conseguia ignorar. Senti-me completamente lixado, sabendo que as pessoas não iriam aceitar isto acerca de mim e no entanto eu sentia quase uma sensação de desespero para partilhar o que sabia.

Por exemplo, voltando a Steven Hawking e à teoria da “Singularidade Unificada”, ele diz que ele pode levar o universo todo até ao momento seguinte ao “Big Bang”, mas ele ele não consegue descobrir o que causou o próprio “Big Bang”. Na realidade eu também desejava não o poder, mas posso. Cientistas, há anos atrás, acreditavam que o átomo era a coisa mais pequena que existia. Agora a coisa mais pequena que descobriram, com o advento do túnel microscópio de electrões, é algo que eles chamaram de “quark”. A coisa mais pequena existente, de facto, a única coisa que existe e faz todo o universo é uma particula sub-atómica de luz. O Professor Hawking foi realmente um pouco longe demais com a sua matemática e não percebe que escolhendo o termo “singularidade”, ele está a contradizer outra regra aceite na física. Que duas particulas de matéria não podem ocupar o mesmo espaço ao (ou no) mesmo tempo, e que quando o universo a colapsar chegar ao fim do seu colapso, e as duas últimas particulas sub-atómicas de luz tentarem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo, elas não o conseguem, e assim aniquilam-se uma à outra num “Big Bang”, começando assim outro universo. Daí a natureza infinita do universo – expandindo, colapsando, expandindo, etc.

Essa foi uma das coisas que de repente eu tive consciência. E enquanto esperava morrer, pensei acerca destas coisas e como elas se aplicavam a coisas como a religião, e como precisa era muita da linguagem, quando aplicada correctamente. Embora estes sentimentos viessem de há muito tempo e não fossem originalmente palavras inglesas, conseguiram de algum sobreviver tanto ao tempo como à tradução. A linguagem era muito mais metafórica e representativa na altura. Agora a linguagem é muito especifica e literal, e há significados muito especificos para as palavras usadas na religião, como elas hoje são usadas. Mas precisamos de lembrar que elas não eram para ser levadas literalmente, mas aplicadas de uma forma mais metafórica. Uma das formas que vi isto, estando a ver e ficando sem palavras, foi com a simples e familiar frase, “Eu penso, logo, existo. Eu penso, logo existo. Eu penso, logo, eu penso, logo, eu penso, logo, eu penso eu penso eu penso eu penso eu penso...”, e como as duas particulas sub-atómicas remanescentes de luta de luz, colidindo uma com a outra numa batalha para ocupar aquele espaço que apenas podia permitir que uma permanecesse, como Deus, no inicio, tal como as duas últimas particulas de luz, simplesmente conscientes e nada mais.

Eu penso.

O que é que pensas?

Penso que penso.

E quem está a pensar?

Eu.

E quem és tu?

Aquele que está a pensar.

E o que pensas?

Que eu sou algo que pensa que está – uh – a pensar.

Então és um pensamento ou uma coisa que pensa que está a pensar?

Não sei. Não consigo dizê-lo. Não consigo ver nada. Está escuro e tenho medo. Sinto tão só e tenho medo de me pensar a mim próprio até ao esquecimento.

Porque é que não ligas as luzes?

Há luzes, bem onde é o interruptor? Estou a brincar, não há nada aqui excepto tu a pensares que estás aqui.

Bem, quem és tu?

Imagino que estejas a falar contigo próprio!

Oh que bom!!

Olha, tenho uma ideia, ou tu tens uma ideia. Porque não simplesmente pedir por luz e talvez ao pedir cries aquilo que necessitas primeiro que tudo. Quero dizer, como podes saber se algo sem a luz para o ver, certo?

Bem visto! O.K., “FAÇA-SE LUZ”.

E com isso, no último segundo Deus vê que Ele é apenas duas particulas remanescentes de luz e Deus é aniquilado. Ele sacrifica-se a si próprio para se tornar o meio, pelo qual é libertado (livre arbitrio, criado à imagem de Deus) para encontrar a sua própria forma de expressão nesta expansão caótica e aleatória. Tudo começa como luz arrefecida e rodopiante e colidida e estabelecida e livremente encontra a sua própria expressão. Ainda é apenas luz. Tudo aquilo, a luz arrefecida, nos seus vários estados. Deus então, verdadeiramente seria o último juiz, no sentido ele não se consegue tornar outra coisa. Como tudo, como o meio, como a luz – Deus apenas pode ser testemunha de tudo o que virá a ser. Tudo o que virá a ser necessita de luz para revelar a sua existência, e aquilo que se torna revelado ou iluminado, revela a existência da luz sempre presente. (O Pai e O Filho). E como a física já compreende que cada particula sub-atómica de matéria neste espaço e neste tempo tem o seu gémeo de anti-matéria, que não existe no espaço ou no tempo, de todo. Ao contrário de uma célula que se divide em duas, lado a lado, a anti-matéria gémea de cada particula sub-atómica de luz, existe onde aquela particula existe, não necessitando de espaço, de todo. É aqui que a mente existe. (Espirito Santo). Embora pareça que há muito espaço vazio no universo, a verdade é que não se consegue sequer espremer uma particula de luz para o universo. Não há espaço! E assim, como uma ligação eléctrica inquebrável, o universo está ligado a si próprio como a única coisa. É por isso que a luz pode viajar tão depressa, viaja através de uma cadeia de ligação eléctrica inquebrável. Assim, a anti-matéria também será uma ligação inquebrável.

Assim, na verdade, há na realidade apenas uma coisa física, como o universo, com apenas uma mente. Pode ter-se ocasionalmente vislumbres dessa ligação, com coisas como as capacidades psiquicas e outras coisas que confundem a ciência. Seja qual for a razão, elas estão simplesmente atadas a esta ligação. Por exemplo, pensem num local bastante longinquo, podem instantaneamente estar lá na vossa mente, não necessitando de tempo para lá chegarem. O pensamento é a única coisa que pode viajar mais rápido que a luz uma vez que não existe no espaço ou no tempo.

Agora as palavras podem fazer muito mais sentido em vez de estarem tão separadas da realidade. Não é toda aquela magia, misteriosa, “e o Senhor disse-vos...” treta. A verdade é muito mais profunda e toda compassiva. Se houvesse um Ser Supremo, que fosse uma espécie de força direccional por trás de tudo o que existe, e ele fosse como um homem, ele não seria sequer capaz de criar uma sanduiche de manteiga de amendoim quanto mais um universo. Olhar simplesmente para o ceú e ver o quanto lá está e pensar que algum Deus criou tudo para o homem seria arrogância para com esse Deus, ele teria perdido completamente a visão do homem. O “Pecado Original” por exemplo, não é na realidade um pecado como nós pensamos acerca de pecados. Foi a condição inevitável do homem como criatura que evolui até ao ponto de ter uma cognição de auto-consciência. Isto teria sido muito antes do homem ter capacidade de comunicar. Uma vez que o homem se tornou consciente, ele precisava de compreender e quantificar o seu mundo. Não deve ter passado muito tempo antes que as palavras fossem alguma vez escritas ou até os sentimentos expressados como, “Não tentem nomear aquilo que não pode ser nomeado”. E pensamos que isso significa nomear Deus “Deus” ou “Alá”, ou “Buda”, etc. Está ligado com com a lenda do jardim do Paraíso e Adão e Eva. O nome da árvore onde cresciam os frutos proibidos é a Árvore do Conhecimento. O pecado de necessitar de nomear tudo e compreender tudo de modo a temê-lo, é simplesmente um processo infinito, que nunca acaba, que tem criado o nosso próprio inferno e nos coloca fora do Paraíso, ou nos separa da natureza e de todas as outras coisas que existem que simplesmente vivem em harmonia perfeita com a natureza.

Bizarro, eh? Conseguem imaginar ter este tipo de conhecimento e compreensão apenas atirado sobre vocês? Não tem piada de todo!!! Na realidade eu não queria isto. Sou apenas um simples homem que mal conseguiu acabar o grau doze de escolaridade. Oh, adivinhem? Sou um carpinteiro e marceneiro. Oh, que ironia!! Quero dizer, não posso ter esta informação e não partilhá-la. E ao mesmo tempo, não vejo isto como sendo rapidamente aceite por qualquer um. E ainda assim, tem um grande potencial se for aceite, de fazer algo bastante maravilhoso. O mundo está tão cheio de dor e medo e na realidade não há nada do qual ter medo. É como se todo o planeta estivesse cheio de crianças que têm medo do escuro. Identifico-me com isso. Eu ficava aterrorizado com a escuridão enquanto criança.

A verdade é, contudo, de que não há tal coisas como o mal, não há tal coisa como o pecado, não há tal coisa como o inferno, excepto o inferno que nós próprios criamos nas nossas mentes medrosas e ignorantes. Não fiquem ofendidos pela palavra ignorante. Pesquisem-na! Significa simplesmente falta de compreensão. Quero dizer relativamente falando, nós humanos temos falta de uma quantidade enorme de compreensão acerca do nosso planeta, quanto mais do universo.

Desde aquela experiência de afogamento aos quatro anos de idade, tenho olhado para o mundo de um modo algo diferente do que a maior parte das pessoas. Nunca procurei ser mais inteligente, procurei tornar-me menos ignorante. É uma diferença subtil que parece ter um efeito significativo. É muito mais fácil perder ou deixar ir algo que já possuimos (ignorância) do que é adquirir algo que não temos (inteligência). Sempre soube que posso aprender com as pessoas que encontro, não apenas daqueles que acreditam que são eles que têm algo a ensinar-me.

Finalmente, não há tal coisa como a escuridão. É uma impossibilidade física. Sim, parece escuro à noite, mas olhem para a lua. Vêem-na porque é iluminada e por sua vez revela a presença da luz. Há apenas luz, nada mais. Até mesmo vocês são simplesmente luz na vossa forma única. Apenas cada individuo pode criar a escuridão na sua própria mente, com o medo, nascido da ignorância que efectivamente o desvia daquela luz, e cria a sombra ou a escuridão que a mente acredita que lá está. Voltem-se em direcção à luz e deixem-se revelar e tornem-se iluminados. Há uma beleza tipo Deus à espera de ser iluminada. E há uma luz à espera de testemunhar essa beleza.

Demasiadas pessoas com muita escolaridade, com quem tenho falado, desde que tive esta última experiência, têm-me dito as cosias mais estranhas, como que eu sou a pessoa mais parecida com Cristo que eles alguma vez encontraram, muito possivelmente a pessoa mais inteligente que alguma vez encontraram, que eu posso ser um dos grandes filósofos, ou que eu devia estudar filosofia, porque as pessoas iriam amar ouvir o que eu tenho para dizer. O único problema em estudar filosofia, é que provavelmente uma das minhas mais fundamentais filosofias, é que eu não devia ter de pagar para ter os meus próprios pensamentos, ou partilhá-los com outros. Assim enquanto outros pagam a algumas universidades dezenas de milhares de dólares para lhes dar a capacidade de pensar com alguma forma de legitimidade – uh – eu estarei do outro lado da rua, no café se eles desejarem falar. Por favor compreendam, as coisas que acabei de dizer, podem muito facilmente fazer com que eu soe a bastante egoísta, mas não sou eu que digo aquelas coisas. São as outras pessoas. Eu não usaria palavars como aquelas para me descrever a mim próprio. Eu prefiro “simples” e “ignorante”, elas são muito mais precisas.

A vida nunca foi para ser esta luta tão grande. Tornou-se muito como tentar nadar contra a corrente, contra uma corrente realmente forte. É exaustivo. Cada ataque requer uma enorme quantidade de energia e após tanto esforço a tentar ter algum progresso positivo; olha-se para a costa e percebe-se que não se foi a lado nenhum, de todo. Na melhor das hipóteses, conseguiu ficar-se no mesmo local, ou o mais provável, perdeu-se na realidade terreno. E sim, é aterrorizador deixar ir e deixar a corrente levar-nos com ela. É tão poderosa que se tem a certeza que nos irá destruir.

Além disso, todos sabem que têm de seguir em frente na vida, certo? Na realidade não! Se olharmos para cada busca que o homem inicia, como uma busca da verdade: ciência, matemática, medicina, física, música, arte, o que quer que seja. Todos procuramos alguma verdade. Por exemplo a música, duas notas musicais tocadas em conjunto serão uma de duas coisas, harmónicas (verdade), ou discordantes (falso). A verdade é revelada na beleza e consequentemente, a beleza é o que revela a verdade. Apenas há aquilo que é verdade, muito como na matemática, que seguramente é uma das mais puras linguagens, no que todas as outras buscas se podem reduzir a matemática. E a matemática, não importando o quão complicada a equação possa ser, na realidade é apenas isso – a equação. O sinal de igual (=), é o que a matemática fundamentalmente é, a verdade. Algo é verdade (igual), ou falso (não igual). A verdade é simplesmente o que é. A propósito, o homem nunca fez nenhuma verdade ou na realidade inventou algo. Ele simplesmente destapou aquilo que sempre esteve lá. Temos sempre de voltar para trás para encontrar a verdade. Deixem ir! Não tenham medo! Deixem a corrente levar-vos de volta à vossa verdade.

Espero realmente que estas palavras possam ser úteis a alguém.