Naquele dia deixei o meu apartamento no primeiro andar, quando de repente ouvi uma voz por detrás de mim. Rapidamente me voltei mas não havia ninguém. Não me lembro das palavras exactas, mas a voz disse, de facto, que a qualidade do mundo que eu conhecia não era nada quando comparado com aquele que ele me poderia mostrar. “Disparate”, disse para mim próprio e comecei a correr pelas escadas abaixo até à cave, de um modo barulhento e alegre. Faltavam apenas alguns degraus quando eu saltei alto batendo com a minha cabeça no tecto.

Este impacto fez-me cair de joelhos e rapidamente desmaiei. Caí numa escuridão profunda. Lembro-me de atravessar uma espécie de tubo negro. No final dele, senti que estava a ser empurrado para trás por uma força misteriosa, mas eu resisti porque eu não queria voltara a travessar aquele buraco negro novamente. Fui para a frente e de repente encontrei-me num espaço cinzento.

Não sabia onde estava, e olhando à volta, vi a alguma distância alguém a vir devagar na minha direcção. Na realidade, não vi esta figura de todo porque não havia nada para onde olhar. No entanto, senti uma figura cinzenta lá. Definitivamente eu sabia que havia alguém. Eu disse, “Perdi-me. Por favor pode me mostrar o caminho correcto de volta?”

O que me lembro a seguir foi de estar deitado no chão da cave. Ouvi um zumbido extremamente desconfortável, que se foi tornando gradualmente mais e mais intenso. Então o zumbido parou, e de repente percebi que um material tipo gaze branca estava a transbordar muito devagar para fora da minha cabeça.

Transformou-se numa forma de uma meia muito comprida e flutuou num ângulo ligeiro mesmo acima de mim. Fiquei muito atrapalhado, porque não queria ser visto por ninguém com este material a sair de mim. Entretanto, mais e mais deste material tipo gaze estava a juntar-se por debaixo do tecto e eu não podia fazer nada para o parar.

Não senti qualquer dor neste processo. De repente ocorreu-me que eu estava fora do meu corpo. Deve ter acontecido no momento em que o zumbido parou. Vi um corpo deitado no chão, que apenas poderia ser o meu.

Eu estava a tremer e queria rapidamente voltar ao meu corpo e ao seu calor quando ouvi alguém dizer, “Pára! Antes de voltares, vê como é lá fora!” No entanto, eu não prestei qualquer atenção à voz. Embora eu não conseguisse ver qualquer corpo físico excepto o meu, esta voz estava muito perto. Depois ouvi-a novamente, desta vez a implorar-me muito intensamente, “Por favor, não voltes para trás, eu suplico-te. Porque não queres descobrir primeiro as tuas novas aptidões? Podes voltar para trás se não gostares delas.”

Hesitei. Apesar de tudo, esta voz estava certa. Porque não tentar? Nisso a voz disse rapidamente, “Testa a tua mente! Se o fizeres descobrirás que podes pensar de um modo que nunca antes experienciaste”. A voz estava novamente certa. Eu podia pensar muito lucidamente mesmo, e eu fui capaz de perceber muito rapidamente com uma exactidão que não deixava dúvida alguma. Então ouvi novamente a voz, “Se quiseres ficar fora do teu corpo, farás uma viagem maravilhosa e verás muitas coisas interessantes. No entanto, tens de decidir rapidamente! Por isso despacha-te!”

Eventualmente, eu comecei a considerar toda a situação. Era comigo se eu queria mesmo voltar ao meu corpo e viver a vida na terra com todas as suas limitações e com todas as suas alegrias ou ficar fora nesta condição de pensamento claro. A voz apressou-me novamente e a dizer-lhe qual a minha decisão. Eu cedi. Decidi ficar fora e instantaneamente apercebi-me que o meu corpo tinha de morrer, significando destruição total por decadência. Pensei para mim mesmo, “Que triste para a minha mãe!” Quanto a mim eu não senti quaisquer remorsos, porque para mim agora o meu corpo era apenas um invólucro, um fardo do qual eu me tinha libertado no momento que decidi ficar fora.

Naquele momento percebi que era capaz de me mover livremente de um modo que nunca tinha experienciado antes. Estava a flutuar através das paredes da nossa casa e para cima em direcção ao céu. À distância, vi uma enorme bola brilhante que era o sol. Senti-me irresistivelmente atraído pelo seu brilho e queria ir para ele. Estava a pensar nisto quando bati em algo que me catapultou para longe para a escuridão.

Tentei uma vez mais, mas tudo aconteceu novamente. Rapidamente aprendi que deveria haver uma barreira invisivel que eu apenas me poderia aproximar mas não atravessar. Tentei novamente mas desta vez parei mesmo em frente desta barreira de modo a observar o sol, que estava agora a brilhar com um brilho avermelhado. O seu tamanho era relativamente pequeno porque eu tinha de o observar à distância, que era determinada por esta barreira invisivel. No entanto, o brilho avermelhado do sol não me satisfazia de todo.

De repente a voz disse, “Há mais luzes!” Quando olhei à volta vi à distância uma variedade de outras luzes, que brilhavam muito mais que o sol da Terra. Eu queria estar com essas luzes! Embora elas estivessem muito, muito longe, eu podia alcançá-las num instante. No entanto, cada luz individual tem a sua própria barreira que me atirava de novo para a escuridão de cada vez que eu me tentava aproximar.

Estar em contacto com estas barreiras foi muito desagradável, porque cada vez que eu tocava nelas, todo o meu ser era violentamente abanado. De repente, a voz disse, “Procura uma única, e brilhante luz e aproxima-te devagar.” Escolhi uma luz individual cujo brilho era muito maior do que todas as outras luzes à sua volta e aproximei-me muito cuidadosamente. Vi uma enorme bola a arder incrivelmente brilhante. A voz disse-me que era uma das muitas estrelas que conseguia ver da Terra. Eu estava a observar esta bola já há algum tempo, até não conseguir olhar mais para ela.

Assim, regressei novamente à escuridão. Comecei a considerar a minha situação. Não poderia ficar naquela escuridão para sempre. Tinha de haver uma saída. Olhei em volta e vi outro conjunto de estrelas que estavam estranhamente torcidas. Eu queria ir lá mas ouvi a voz dizer, “São todas parecidas. Vai para cima!” Eu não sabia onde era para cima, mas tentei de qualquer modo – com sucesso, porque eu vi muito longe, além da escuridão, uma linha tremeluzente. Eu queria ir para lá apesar daquela incrivel longa distância, mas apenas queria ir até ao limite desta linha, porque não sabia se tinha barreira ou não.

Cobri instantaneamente a distância. Desta vez não havia barreira que me repelisse. A luz vinha de outro mundo. (Enquanto o nosso mundo é negro – com luzes nele – este outro mundo é brilhante.) Contudo, eu não podia entrar nesse mundo. Eu movia-me à volta em todas as direcções a tentar descobrir uma passagem para aquele mundo. Rapidamente compreendi que só havia uma possibilidade: atirar-me para baixo neste abismo negro que estava mesmo à minha frente. Hesitei.

Não tinha a coragem para saltar. Mas, de repente, ouvi novamente a voz, “Não há outra maneira! Tens de saltar! Salta! Salta!” Então saltei. Não sei o que aconteceu de seguida mas, lembro-me muito vividamente que de repente estava a mover-me a uma velocidade tremenda através de um túnel de escuridão. Entrei neste túnel de cabeça. Todo o meu ser estava numa espécie de cilindro ou tubo eu fui disparado neste túnel como uma cápsula nos tubos de um correio pneumático. Movia-me cada vez mais depressa, até ser ejectado para longe neste novo universo. A escuridão foi instantaneamente substituida por uma espécie de luminosidade fraca (se assim o posso dizer).

Caí sobre mim mesmo, muito veementemente, várias vezes até sentir-me a abrandar por este novo mundo. Lembro-me de pensar, “Porque é que me estão a tratar tão duramente?” quando senti este novo mundo fechar-se sobre mim enquanto simultaneamente o velho mundo se retirava até eu estar completamente tomado por este novo mundo.

Enquanto estava a ser ejectado ouvi a voz a gritar para mim, “Este é o teu mundo! Tu não nos pertences! Tens de ficar neste mundo! Nunca tentes voltar!” Eu voltei-me e vi um pedaço do mundo negro - que eu devo ter deixado como rasto enquanto estava a ser ejectado - retirar-se para a abertura onde finalmente foi sugado. O momento em que o velho mundo foi fechado, fui imediatamente tomado pelo novo, tanto que fiquei imensamente convencido que eu apenas podia continuar a existir neste novo mundo. De qualquer forma não tinha escolha. O mundo negro tinha desaparecido. Eu era agora uma parte inseparável deste novo mundo.

Pensei para mim, “Esta voz patife! Traiu-me forçando-me a entrar neste mundo. Não há caminho de volta! Isto é final! Esperançosamente, serei capaz de respirar e não sufocar até à morte.” Assim, tentei respirar mas rapidamente descobri que não era necessário respirar. Eu simplesmente podia existir. Enquanto estava no mundo negro, nunca tinha pensado acerca de respirar.

Como disse anteriormente, tudo à minha volta era de uma luminosidade ténue. Embora fosse brilhante, eu não podia ver claramente. O impacto da finalidade da condição em que eu me encontrava era arrebatador. Embora, eu me sentisse parte deste novo mundo eu não sabia nada acerca dele. Senti-me completamente sózinho, traído, muito pequeno e insignificante. Não sabia o que fazer. Senti-me muito miserável. Está bem, eu era capaz de me movimentar livremente para qualquer lugar que quisessse ir. No entanto, para onde deveria ir? Ninguém estava lá! Ninguém?

Ainda assim, havia vozes muito ao longe! De facto, eu ouvi duas vozes. Eu podia ouvi-los dizer, em completo descrédito, algo como, “”Olha, olha, há ali uma pequena alma! Olha há ali uma alma jovem! O que está ela a fazer aqui? Como é que chegou aqui?” As vozes neste mundo, não eram na realidade vozes de todo. Algo era pensado e eu imediatamente compreendia o que eles estavam a falar. O que estou a reportar agora são impressões e não o significado de verdadeiras palavras. Estas impressões eram, no entanto, tão claras que eu não tinha quaisquer dúvidas.

Continuei a queixar-me que não iria conhecer ninguém neste mundo e que eu tinha sido forçado a vir para cá. As vozes aproximaram-se. No entanto, eu não conseguia ver ninguém. Apenas sentia as suas presenças, o que estava muito bem para mim. Agora sei que havia seres naquele mundo com quem eu era capaz de comunicar. Seres, que no entanto eram simultaneamente estranhos mas amigáveis.

Os seres incitaram-me a voltar para onde eu tinha vindo. Pensei que isto era muito ridiculo sendo eu agora parte deste novo mundo. Ainda mais, mesmo que eu realmente quisesse voltar para trás, o que era impossivel, como iria eu fazer? Adicionalmente, mesmo que eu encontrasse com sucesso o meu caminho de volta, eu não fazia a mais pequena ideia onde estava o meu mundo nativo, a Terra. Então, senti que eles queriam-me forçar para sair deste mundo. Fiquei muito chateado e pensei, “Ninguém me pode obrigar a deixar este mundo. Eu tenho o direito de ficar aqui, porque eu sou uma parte dele.”

Os dois seres devem ter compreendido o que eu estava a pensar, porque não conseguia mais sentir as suas vozes. Então, um dos seres guiou-me (não sei como) até um lugar que eu ainda não tinha visto antes. O outro deve ter ido embora para buscar ajuda numa tentativa de encontrar a abordagem certa de como lidar com uma situação destas.

Ete lugar era um prado com muitas flores. Era um prado maravilhoso, mas eu sabia que era apenas uma imagem de um prado, de algum modo evocada e suspensa neste novo mundo. O ser pediu-me para brincar no prado, mas eu não podia. Simplesmente não sabia como.

De repente, eu tive consciência de uma pequena luz brilhante longe no “céu” mas que rapidamente se aproximava. Tinha uma forma de bola e era indescritivelmente brilhante. Tentei fazer sombra aos meus olhos, mas não necessitava. Apesar do seu incrivel brilho, ela não me ofuscava nem um pouco!

A luz parou à distância mesmo por cima de mim. Era um sol mais ou menos do mesmo tamanho que o sol do nosso mundo, mas era indescritivelmente mais brilhante. Continuei fixado neste sol a imaginar como uma luz podia possuir tanto brilho. (O brilho das luzes no mundo escuro era brilhante, também, mas de uma natureza diferente.) De repente percebi que me estava a examinar muito perto. Nisso, abriu-se, um raio desceu sobre mim, e eu ouvi-o a gritar, “Eu posso destruir-te se não me disseres a verdade acerca de estares aqui!” Eu respondi, “Mas eu não sei nada mais do que a verdade!”

Então, algo aconteceu que eu nunca, nunca mais esquecerei. Amor, puro, amor total jorrou sobre mim juntamente com um calor incrivel. Toda a minha alma ou ser estava imerso neste amor. Ele elevou-me e deu-me um beijo na minha boca. Este ser de luz amava-me profundamente, infinita e profundamente, e mais e mais intensamente. Eu estava feliz! Eu podia ter ficado neste raio de amor para sempre. Se a minha história tivesse sido uma mentira, o ser de luz ter-me-ia aniquilado. Eu tinha uma consciência clara, de qualquer forma, assim não qualquer razão para temer algo.

Gradualmente o amor foi enfraquecendo e eu senti que algo estava errado comigo – algo que tornou muito dificil a luz continuar com o seu amor. Ele estava a tentar não me dizer porquê. Finalmente, no entanto, ele não o conseguiu conter mais tempo e rapidamente disse, “Tu tens mau hálito. Precisas de um banho.” Recebi a impressão de que teria de tomar um banho similar ao que eu estava habituado na Terra, mas mergulhando todo o corpo. Foi claro para mim que este processo iria ser desagradável, mas eu podia pará-lo quando se tornasse muito doloroso para eu suportar.

Embora eu não compreendesse qual a razão, eu estava disposto a fazer o que o ser de luz queria que eu fizesse. Eu fui levantado e posto numa luz vermelha. Fechei os meus olhos. Não podia sentir nada. Não por quanto tempo fiquei neste estado. No entanto, após algum tempo, percebi que fui arremessado de forma bastante rigorosa. Era como estar numa máquina de lavar. Eu gritei, “Penso que já chega!”

Imediatamente, fui baixado e o amor e o calor foram desligados, mas eu continuava neste raio (ou esfera). De repente o sol desapareceu e eu vi uma lua. Eu estava num mundo diferente. Tudo era preto excepto a lua, que estava mesmo à minha frente. Era muito mais clara e mais brilhante que a lua no nosso mundo. Não havia qualquer vestigio de escuridão nela. A lua estava rodeada por uma coroa de pequenas e brilhantes estrelas. Continuei a olhar para esta lua brilhante quando de repente senti uma estranha sensação entrar pelo meu olho esquerdo e a espalhar-se até às mais profundas entranhas do meu cérebro. Eu questionava acerca do facro de eu conseguir ver distintamente a lua com o meu olho esquerdo que tinha sido sempre mais fraco que o direito, e de repente entendi que mesmo à minha frente estavam todas as respostas a todas as questões que possamos ter aqui na Terra. Fiquei muito excitado com isto e tentei localizar o lugar, para dizer aos nossos cientistas na Terra onde eles deveriam ir e ver este local extraordinário.

Tentei localizar com precisão este lugar olhando para o lado esquerdo da lua e contando as pequenas e brilhantes estrelas. No entanto, ao fazê-lo apercebi-me que elas não eram estrelas mas sim pequenas luas. Novamente, eu estava a olhar para o lado esquerdo da lua, e quanto mais olhava mais pequenas luas apareciam numa linha recta, uma pequena lua após a outra. Não havia esperança em localizar este lugar. Então comecei a sentir frio e tremia. Lembro-me do sol do nosso mundo, do seu calor que por vezes pode ter sido muito quente mas, globalmente, era um calor vital. Desesperadamente queria voltar para o brilhante e vivo sol. Só então percebi que estava a olhar para a lua com o meu olho esquerdo enquanto o meu olho direito estava fechado. Eu queria abrir o meu olho direito para ver novamante o sol, mas não era capaz.

Eu queria deixar a lua, que já não me interessava mais. Queria voltar para o brilhante e vivo sol. Tentei árduamente mas em vão, até senti uma do extremamente desagradável na minha cabeça. De repente, contudo, a lua com os seus arredores escuros desapareceu e eu vi um incrivel e brilhante sol novamente. De repente o sol começou a mover-se para trás mudando as suas cores para um vermelho escuro. Continuava a mover-se para trás em direcção ao céu até ser uma luz vermelha muito pequena. (Como um ponto). Então começou a mover-se muito rapidamente. A dada altura eu vi o sol brilhante do lado esquerdo e depois o sol vermelho no lado direito, dançando, tal como estavam, da esquerda para a direita e da direita para a esquerda.

Senti que o sol queria comunicar comigo. Pensei para comigo que aqui os sóis não conseguem falar mas movem-se e essa é a sua maneira de falarem. Então parou e eu vi o sol brilhante à frente do pequeno sol vermelho. No entanto, eu não consegui perceber o que era aquilo. Observava todo o espectáculo mais como sendo um acto engraçado e divertido do que qualquer outra coisa. No entanto, não era engraçado de todo. De repente senti que deveria ser transferido de volta ao mundo da lua brilhante e lembrei-me da dor desagradável e do frio que encontrei lá.

De repente percebi que o sol brilhante à minha frente era a lua brilhante e que o sol vermelho tinha a lua sob controlo seguro fazendo de facto um sol. Esta era a mensagem que o sol queria transmitir. Então o ser de luz quis falar comigo numa conversa de homem para homem. Ele colocou-me no topo de uma alta montanha onde eu tinha de me sentar num grande pedaço de rocha.

Perguntei-lhe porque é que me tinha querido destruir e ele disse-me que também existia seres maus mas muito poderosos e astutos que eram seus inimigos e com quem ele estava constantemente a lutar. Ele também me disse que eu tinha de avisar o meu mundo acerca deles, e eu automaticamente acenei em concordância. Ele disse que os seus inimigos queriam pregar-lhe uma partida usando-me como um tipo de armadilha, mas ele tinha de defender este mundo e o mundo escuro. O seu mundo, contudo, era muito mais fácil de ele defender, porque os seres maus não tinham qualquer poder nele e ele não tinha qualquer poder no mundo escuro.

Percebi que tendo sido colocado naquela posição, que eu era capaz de ter uma visão sobre um enorme conjunto de nuvens que eram maravilhosamente iluminadas por debaixo. De repente um raio de luz cuja intensidade era muito maior do que a do mundo brilhante, forçou-me a olhar para cima. Então, seguiu-se um grande estrondo mas eu estava totalmente imperturbável. No horizonte, vi um fumo a sair protuberantemente das nuvens tomando a forma de um cogumelo. Creceu cada vez mais e cada vez mais brilhante. Eu estava em completa estupefacção.

De repente tudo tinha desaparecido. Ouvi a luz dizer, “Olha aqui!” Eu voltei-me, e ouvi gritos e vi fogo e fumo quase a rodearem-me. Não compreendi o que se estava a passar, quando de repente a luz gritou, “Eu farei tudo que estiver ao meu alcance para evitar que isto aconteça!” Então, tudo acabou. Novamente a luz brilhante queria falar acerca dos seus inimigos. No entanto, eu ainda estava muito impressionado com o que tinha acabado de acontecer. Por isso pensei para mim mesmo, “Oh não, outra vez não!”

Contudo, a luz tornou-me consciente do facto que esta guerra estava a decorrer há muito tempo, e os seres malignos tinham-se tornado cada vez mais poderosos, e se isto continuasse ele não via como iria conseguir evitar que eles tomassem conta de tudo. Ele disse que se o inimigo fosse bem sucedido em vir para este mundo, a guerra estaria perdida. Ele seria poderoso o suficiente, sem dúvida, para os combater, mas a guerra teria sido perdida a longo prazo. Ele estava realmente com medo de perder esta guerra.

Então foi-me intimado que ele precisava de ajuda. Eu queria ajudá-lo e respondi, “Sim, mas como?” ele respondeu que a única forma de eu o poder ajudar era voltar para trás e contar ao meu mundo o que me tinha acontecido. Eu estava completamente chocado por ouvi-lo dizer aquilo, porque eu não queria voltar. Estava tão deprimido que quase comecei a chorar.

Então de repente ele perguntou, “Queres saber o que vai acontecer contigo mais tarde na tua vida?” Eu olhei para cima e respondi alegremente, “Sim, eu adorava.” Ele disse, “Tornar-te-ás um professor.” De algum modo fiquei desapontado e repeti, “Um professor?” ele disse, “Imagina um professor no teu mundo e mostra-me como é ser um.” Eu imaginei, muito vividamente, um professor que estava de pé em frente aos seus alunos dando aulas. A luz disse, “Não, não esse tipo de professor.” Pensei então, num professor universitário dando aulas aos seus alunos. A luz disse, “Não esse tipo de professor. Vais ensinar os professores universitários!”

Fiquei surpreendido e quase não podia acreditar. Além disso, eu considerava isto bastante dificil. Imaginei um mapa do meu mundo, e vi-me mais à frente na minha vida a ir de lugar em lugar, de universidade em universidade, ensinando os professores universitários do meu mundo. Mas a luz disse, “Não, não é assim. Eles virão até ti!” Eu perguntei, “A minha casa?” e ela disse, “Sim, imagina tal situação.” Eu imaginei a nossa casa na Terra, a nossa sala, e vi-me a mim sentado numa cadeira numa posição oposta a um carrancudo e respeitável professor, tentando ensiná-lo. Contudo, falhei. Eu estava muito embaraçado e muito timido. Eu disse, “Penso que não sou suficientemente esperto para fazer isto. Ainda mais eu tenho um problema de fala.” Ela respondeu, “Tornar-te-ás num novo tipo de professor e eu vou explicar-te isso de seguida”.

Então ele parou, e eu olhei para cima e vi-me a mim próprio deitado numa cama de hospital que estava a ser empurrada através de um longo corredor por um membro da equipa médica. Perguntei ligeiramente alarmado, “Estou doente?” A luz disse, “Não! Apenas um pouco confuso. Serás levado para o hospital onde levarás uma injecção e cairás num sono muito profundo.” Eu já não estava preocupado e a luz disse, “Mas deixa-me explicar-te este novo tipo de professor. Tu vais ensinar enquanto estás numa espécie de sono. No entanto, não será o tipo de sono que tu conheces. Enquanto estivers a dormir, serás capaz de ouvir e falar, e eles virão a ti e far-te-ão perguntas.” Eu estava profundamente interessado mas também preocupado. Assim perguntei, “Neste processo irei sentir dor?” Ele respondeu, “Não, isso não te magoará.”

Gradualmente acostumei-me à ideia de me tornar um professor. Perguntei, “Irão eles aprender também as suas lições?” Ele fez uma expressão sugestiva, querendo dizer que não tinah a certeza acerca disso. Fiz-lhe outra pergunta, “Também os irei ensinar quando estiver acordado?” Ele respondeu, “Não, certamente falarás com eles quando estiveres acordado. Mas, o que disseres enquanto estiveres a dormir terá muito maior importância.”

E ele mostrou-me uma sala onde eu me vi a mim próprio sentado numa cadeira a falar com alguém. Na realidade não me vi a mim nem a pessoa com quem estava a falar. No entanto, definitivamente eu sei que era eu, porque eu estava agora naquela sala olhando em volta. Vi uma mesa baixa, livros nas paredes, duas janelas, e cortinas que se moviam em frente de uma janela onde soprava uma ligeira brisa.

De repente a sala desapareceu e a luz disse, “Antes de fazeres isto, terás de escrever tudo que te aconteceu. Cada detalhe. Terás de fazer um relatório cientifico.” Eu disse, “Com certeza.” E a luz disse, “Mas receio que esqueças tudo.” Abanei a minha cabeça em total descrédito. Ele disse, “Tu nem me consegues dizer como chegaste aqui.” Eu não conseguia acreditar nele e tentei lembrar-me do que tinha acontecido na Terra. Contudo, para minha grande surpresa não fui capaz de o fazer. A luz disse, “Não te preocupes. Um livro irá ajudar-te. De facto serão dois livros, mas o primeiro será mais importante. Além disso, terás muitos livros.”

De repente a luz ficou bastante entusiasmada e disse que eu iria ser o primeiro professor deste novo tipo, e que iriam vir muitos mais. Fiquei desapontado por ouvi-lo dizer aquilo. No entanto, a luz queria mostrar o que significaria ser o primeiro. Ele perguntou, “O que é que tu pensas? Quantas pessoas há no teu mundo?” Tentei dizendo, “Talvez 40 milhões?” Ele disse, “Não, muitas mais. Tens de pensar não só naqueles que estão vivos. Tem em conta todos os seres humanos que estão mortos e terás um enorme número de pessoas. Vamos voltar atrás no tempo, tão atrás quanto possivel, e diz-me quanto atrás devemos ir.” Eu sugeri, “Idade Média?” “Não. Mais para trás”. “O nascimento de Cristo?” “Não mais para trás.” Pensei arduamente. ”Adão e Eva?” Não, não isso. Vai mais para trás no tempo e pensa no que aprendeste nas tuas aulas de história”.

Eu estava a pensar há algum tempo. Eventualmente disse, “Idade da Pedra!” Ele estava desapontado e disse, “Devias saber mais, mas penso que a Idade da Pedra servirá.” Então ele disse-me que naquela era não havia muitas pessoas a viver na Terra. No entanto, eram livres de caminhar para onde quisessem ir e não havia fronteiras que os impedissem de deambular. Eu disse, “Que lindo,” eu estava a imaginar o mapa da Europa, que tinha visto no meu Atlas, com todas as suas fronteiras. Não tive muito tempo para pensar acerca disto, porque de repente, vi seres humanos de volta na Terra.

Eu estava a olhar para baixo para um grupo de pessoas, homens e mulheres, que estavam vestidos com peles, sentados à volta de uma fogueira. Podia ver uma mulher com a sua bébé às suas costas, e um homem que estava em pé em frente do grupo, obviamente a discursar. Outro homem estava de pé um pouco afastado. De repente, ouvi um grito alto de desapontamento, e a voz gutural de homem que estava em frente do grupo de pessoas. Não compreendi o que ele estava a dizer. A cena desapareceu e a luz disse, “Vou traduzir isto para ti, mas tens de te concentrar muito.” Eu certamenet queria fazê-lo, pois queria muito saber o que o homem estava a falar. Assim, comecei a concentrar-me. “Chamas a isto concentração?” exclamou a luz. “Tens de te concentrar muito mais!”

Eu estava espantado por ouvi-lo dizer aquilo, porque eu considerava que a minha primeira tentative tinha sido bastante satisfatória. No entanto, ele queria que eu fizesse melhor. A luz disse, “Vamos tentar outra vez!” Eu fechei os meus olhos e comecei a concentrar-me muito arduamente. Contudo, de repente o tom da sua voz tornou-se muito suave e ele veio até perto de mim e disse ternamente, “A razão de eu te pedir para te concentrares tão arduamente é que, mais tarde, tu sejas capaz de dizer tudo de modo tão exacto quanto possivel. Assim precisas de te concentrar como nunca fizeste antes naquilo que este homem irá dizer.”

E ele acrescentou numa voz diferente que traiu o seu desapontamento, “Esta é uma tentativa final. Se falhares desta vez, não vale a pena tentar mais!” Eu estava determinado a fazer o meu melhor. Fechei novamente os meus olhos e tentei o mais que pude ouvir o que era suposto eu ouvir. De repente, eu era capaz de compreender o que o homem estava a dizer. Ele disse, “Agora temos prova. Vocês ouviram pelos vossos ouvidos. O que nós suspeitávamos é verdade. Aquele que tomou a tarefa dificil de fazer tamanha e perigosa viagem, acabou de regressar e confirmou as nossas suspeitas. Eles querem resistir-nos. No entanto, nós não deixaremos que isso aconteça. Disse-vos uma e outra vez. Agora chegou a altura de lutarmos contra eles. Não deveremos esperar até eles se tornarem mais fortes. Agora eles ainda estão fracos. É verdade. No entanto, pensem no futuro! Temos de os atacar agora.”

Ele falava para o grupo de pessoas de uma maneira muito impressionante. Eu estava completamente impressionado e podia compreender muito bem porque é que ele era forçado a atacar os seus inimigos. De repente, ouvi outro homem, que estava afastado, dizer, “Primeiramente eu sou um caçador e luto com os animais. Não vou lutar com fracotes que começam a fugir no excato momento em que colocam os seus olhos em nós. Todos os caçadores irão ferir o seu orgulho e honra se fizerem tal coisa. Nós os caçadores lutamos com os animais, que são de longe mais perigosos. Muitos caçadores bravos magoaram-se nas suas lutas. Contudo, nós estamos preparados e dispostos a correr o risco porque somos caçadores. Nunca lutarei contra aqueles fracotes.”

Quanto a mim, não consegui me identificar com aquilo que ele dizia. Afinal, uma pessoa tem de lutar com os seus inimigos. Não conseguia perceber que seria mais honroso lutar com animais do que com pessoas. No entanto, não podia continuar a contemplar tais coisas, porque os meus olhos foram forçados em direcção ao chão que gradualmente se começou a mover. De inicio lentamente, mas depois mais e mais rapidamente até eu não ser mais capaz de distinguir quaisquer detalhes. O movimento parou repentinamente. Vi um prado à minha frente e à distância estava o limite de uma floresta com árvores muito altas. De repente, fui colocado na floresta. Embora eu não conseguisse ver nada, eu sabia que estava naquela floresta, isto é, mesmo no meio de uma aldeia. Eu podia ouvir as vozes de algumas pessoas e ouvi alguém dizer, “Não podemos fugir para sempre. Quantas vezes tivemos de fugir? Muitas, muitas vezes! Aquelas bestas! Eles chegam e destroem a nossa aldeia! E de todas as vezes nós fugimos. Mas não desta vez! Desta vez vamos ficar! Isto não pode continuar para sempre!”

Eu podia sentir o medo e a ansiedade. Eles gostariam de ter fugido como fizeram tantas vezes antes. No entanto, desta vez mudaram a sua forma de pensar e tencionaram manter-se firmes na sua resolução. No entanto, estavam todos cheios de medo. Algumas vozes disseram, “Eles comem carne! Imaginem isso! Carne! E mais, eles constroem enormes fogueiras na pradaria. Dançam à volta das fogueiras e banham-se em sangue. Contudo, o que é pior: Eles comem carne. Só pensar nisso! No final, também irão comer a nossa carne.”

Uma voz, uma voz de mulher, que estava sentada na sua cabana, dizia repetidamente, “Tenho medo. Tenho um medo terrivel. Oh, como eu tenho medo! Tenho medo, tanto medo.” Eu era capaz de sentir distintamente a sua ansiedade. O seu medo crescia cada vez mais forte. Ela continuava a dizer, “Tenho medo, tenho medo.” O seu memdo começou a tomar conta de mim. De inicio pensei, “Porque é que ela tem tanto medo? Ela deve ser histérica. Como é que alguém pode ter tanto medo?” Contudo, eu estava a ser imerso cada vez mais profundamente nos seus sentimentos de puro medo. Já não conseguia suporta mais! Pensei para comigo, “Quem me dera que ela parasse de se preocupar agora.” Era mesmo extremamente desagradável.

De repente tudo acabou, e aluz disse-me, “Se eles não tivessem feito nada, nada tinha acontecido. É verdade; eles teriam vindo na mesma. Contudo, nada teria acontecido. Isto, no entanto, conduzirá novamente a mais pessoas mortas!” Ele salientava as palavras “pessoas mortas” e “novamente”. Senti grande apreensão por parte da luz, com o grande número de pessoas mortas, por isso perguntei, “Novamente?” porque eu tinha a opinião que tinha observado os primeiros seres humanos na Terra. A luz respondeu, no entanto, “Centenas de milhares”. Eu estava espantado com isto e podia sentir como a luz estava a sofrer pelo grande número de pessoas mortas.

Não tenho bem a certeza acerca do que aconteceu a seguir, mas de repente, ouvi uma voz trovejante, zangada acusando a humanidade, incluindo eu próprio, de destruirmos o seu jardim na Terra. Ele gritou, “Fiz-vos a vós seres humanos um maravilhoso jardim e vocês destroem tudo. Seres humanos envenenam a água e o ar. Eles detroem tudo. De inicio, os efeitos do seu trabalho de destruição era limitado. Contudo, tem vindo a piorar cada vez mais. Eles destroem tudo ao que conseguem deitar as mãos. Embora o Homem esteja constantemente à procura de outros lugares, ele apenas tem um lugar (Terra). Podem ver por vocês próprios. E se continuarem a destruir tudo, no final irão explodir toda a Terra!”

Eu estava completamente perplexo.

Após algum tempo, a luz disse, “Diz-me que não sabes como informar o teu mundo.” Eu respondi, “Mas tu acabaste de me dizer como fazê-lo!” No entanto ele insistiu dizendo, “Agora és novamente uma pequena e ignorante criança que não sabe como fazê-lo!” Assim disse-lhe que, sendo uma pequena e ignorante criança eu não iria saber como informar o meu mundo. Para minha garnde surpresa a luz respondeu numa voz brusca e zangada, “Tu saberás como fazê-lo na altura certa.” Contudo, eu não o queria deixar para sempre. Assim, perguntei-lhe se podia voltar depois de ter informado o meu mundo e ficar com ele permanentemente. Ele disse, “Não, tu tens de voltar e viver.”

Embora eu continuasse sem saber o meu caminho de volta, desta vez eu não tinha quaisquer dúvidas. Se o ser de luz queria que eu voltasse e vivesse, eu simplesmente tinha de o fazer. Não importava mais como pudesse ser feito. Esta luz tinha poder absoluto. No entanto, eu ainda não conseguia perceber o porquê. Repetidamente implorei, “Porquê? Porque não posso voltar? Porquê? Porquê? Porquê? Porque não me é permitido ficar no teu amor e calor?” A luz respondeu que ninguém podia ficar permanentemente com ele.

Contudo, eu ainda não estava satisfeito. Se não era possivel ficar com ele, eu certamente podia voltar e ficar neste mundo brilhante no qual aqueles dois seres estavam já a viver! Mas a luz repetiu, “Não, tu tens de voltar e viver!” “Mas porque é que foi permitido a estes dois seres ficarem?” A luz respondeu que até estes dois seres não podiam ficar permanentemente. Eles apenas estavam neste mundo para aprenderem. Para além disso, ele começou a enfatizar a importância do amor e da aprendizagem. Ele queria que eu fosse seu aprendiz. Ele o mestre, eu o aprendiz. Contudo, eu ainda não podia entender o que o amor e a aprendizagem tinham a ver com a minha vontade de ficar neste mundo brilhante.

Eu tinha, era verdade, de admitir que não amava a luz, mas certamente tinha vontade de aprender tudo o que ele me queria ensinar. Assim, a luz começou, para meu grande desalento, a posicionar-se mais para longe no céu, e eu já não conseguia sentir mais a sua presença, porque o seu raio tinha sido desligado. Repentinamente senti frio e senti-me muito miserável.

Contudo, um dos outros seres pediu-me para observar um certo lugar muito cuidadosamente. De facto, eles veementemente me pediram para não me mover mas para fixar os meus olhos aquele local. Eu fiz o que me foi pedido e tive uma revisão panorâmica. Muito vívida e distinta. Eu estava estupefacto! As imagens deste filme moveram-se rapidamente, mostrando-me a minha vida passada na Terra. Eu podia instantaneamente entender tudo o que me estava a ser mostrado. (não me lembro de quaisquer detalhes, porque isto foi só uma experiência para testar a minha capacidade para saber se eu era capaz de entender o que estava a observar.)

Os seres perguntaram-me várias vezes se eu podia compreender claramente o que me estava a ser mostrado. Eu respondi, “Claro, claro!” porque eu estava ligeiramente aborrecido com as suas questões. (Na comunicação com os seres, eu usei sempre a minha boca como tinha feito na Terra. Não foi o caso quando estava a falar com o ser de luz.)

Então o ser de luz começou a mostrar-me novamente a minha vida passada, mas desta vez o stress recaiu sobre a qualidade da minha alma durante a minha experiência na Terra. Quando eu observava pela primeira vez, a minha vida passada, eu apenas estava muito feliz por ser capaz de observar o meu antigo mundo e a mim próprio. Eu via isto mais como um entretenimento do que qualquer outra coisa. (Eu não me sentia mais miserável.) No entanto, na segunda vez, acontecimentos anteriores da minha vida na Terra foram-me mostrados com ênfase na minha reacção a certas situações em termos de amor ou maldade ou até ódio. Isto foi-me mostrado muito claramente e eu sabia o que procurar durante a segunda revisão.

Tudo começou do inicio. (Eu não consegui ver como tinha chegado à existência na Terra, porque eu apenas tinha de me preocupar com o meu comportamento em relação ao amor ou ódio.) De inicio eu estava muito satisfeito porque nada estava a acontecer para o qual eu tivesse de reagir quer fosse com amor ou ódio. Então, o filme acelerou, mas ainda não havia nada pelo qual eu pudesse ser responsabilizado. Eu fui suficientemente estúpido para dizer triunfantemente, “Vêm, não há nada!” Nisso, eu consegui ver uma cena em que as minhas irmãs gémeas e eu estávamos a discutir (não consegui descobrir qual a razão da discussão), mas instantaneamente soube o quão feio me tinha comportado. Eu disse à luz, “Mas tens de compreender! Isto é mau, tudo bem, mas esta é a forma como os seres humanos se comportam na Terra! Não me podes realmente culpar por isso!” ( A grande luz não me culpava por nada que eu tivesse feito na Terra.)

Então foi-me mostrado mais algumas cenas feias na Terra nas quais eu me tinha comportado mal. No entanto, eu ainda tinha desculpas. Então, penso que a grande luz ficou ligeiramente impaciente (com a minha estupidez, sem dúvida). De repente, o filme foi acelerado de tal modo que eu fui incapaz de todo de distinguir quaisquer imagens. Então, parou abruptamente, e eu fui confrontado com uma situação na qual me comportei extremamente mal.

O meu comportamento foi tremendamente realçado, de modo que cada mau aspecto do meu carácter sobressaiu claramente à minha frente. Era horrivel! Eu mal podia acreditar no meu carácter! Finalmente eu estava convencido! Uma alma destas nunca poderia ficar neste mundo brilhante! Eu não tinha qualquer direito de reclamar o que quer que fosse! Eu estava completamente abalado e abatido. Eu queria voltar. Sim, não havia outro caminho possivel. Então vi a luz desaparecer no “Céu”, e ouvi um riso e as palavras, “Ele realmente pensava que podia ficar!” Então o ser de luz desapareceu.

Um dos outros seres trouxe-me de volta à Terra (não sei como). Apenas ouvi, enquanto estava a ser aconchegado de volta ao meu corpo, um estalido como aquele som que pode ser ouvido quando se abre uma lata de refrigerante. Quando abri os meus olhos, lembro-me de começar a chorar, “Eu não quero morrer, eu não quero morrer, e eu não quero morrer!” Então levantei-me e aproximando-me da escada, pensei se alguma vez eles iriam voltar, quando ouvi uma voz a gritar para mim, “Corrige-te!” e outra voz disse, “Tens de matar a tua mãe!” Então subi as escadas pelas quais eu tinha saltado tão alegremente. Apenas podia sentir um pequeno inchaço no cimo da minha cabeça, que não era particularmente doloroso.

ACERCA DE MIM:

Sou alemão, homem, solteiro, nasci em 1942. Após a minha experiência fiquei muito perturbado e não consegui compreender o que me tinha acontecido. Simplesmente não sabia o que fazer a seguir. Não podia falar a ninguém acerca disto. Eu queria obedecer ao ser de luz escrevendo um relatório cientifico, mas fui incapaz de o fazer. Simplesmente não sabia como o fazer. Então, de repente uma voz disse-me que eu tinha de aprender outra lingua. Ponto.

À noite, senti-me muito miserável. Isto durou cerca de duas semanas, quando, uma noite, o ser de luz voltou e disse que eu tinha de esquecer tudo. Mais tarde na minha vida, no entanto, eu iria encontrar grande miséria. Aliviado, eu voltei-me para o outro lado e adormeci. Quando acordei na manhã seguinte, não me conseguia lembrar de uma simples palavra!!

Nos 25 anos seguinte, vivi a minha vida do modo que queria viver. Tornei-me um alcoólico e desisti da igreja. Não acreditava nem em Deus nem no outro mundo. No entanto, desenvolvi uma vontade de aprender inglês.

A grande mudança, veio em 1980, pouco antes da véspera de Natal. Na TV, houve uma reportagem sobre EQMs, e eles estavam a falar acerca da luz. Repentinamente apercebi-me que eu também, por uma vez tinha visto tal luz. Graças a Deus, não me consegui lembrar de tudo de uma vez só. Certamente, isso ter-me-ia matado! Pessoalmente eu chamo a isto a minha experiência Saul/Paulo, porque teve um efeito similar em mim. Saul tinha estado cego por três dias e tornou-se mais tarde um apóstolo e eu tornei-me um lutador contra o demónio em e acerca de mim.

O efeito positivo de tudo isto foi, no entanto, que eu instantaneamente me livrei do meu problema com o alcoól. Os efeitos negativos foram três tentativas de suicídio em 1981. A terceira quase bem sucedida. Como um efeito posterior do alcoolismo, desenvolvi uma rutura no meu estômago em 1986 onde quase escapei à sepultura por um centimetro. Eles tiraram todo o meu estômago e também outros orgãos. A propósito, sem cancro. O ser de luz estava certo, no final.

Apesar de tudo isto que aconteceu, eu não gostaria de perder um único acontecimento da minha vida.

Desde o Natal de 1980, eu tenho sido capaz de estabelecer uma relação pessoal com o ser de luz através de lutas internas, visões e audições e estou agora numa posição de vir a público com a minha experiência. Em 1980/81 eu não conseguia escrever acerca da minha experiência em alemão, e até hoje não há qualquer tradução em alemão, porque ainda não tive o ok interno do ser de luz que é Nosso Senhor Jesus Cristo.

Fez uso de medicamentos ou substâncias com potencial para afetar a experiência Não Não houve nenhuns.

Foi difícil expressar em palavras o tipo de experiência? Sim Foi dificil. O que tornou a experiência dificil de comunicar? Estar noutro mundo.

Havia alguma ocorrência de risco de vida associada na época da experiência? Não Não houve nenhuma.

Em qual momento, durante a experiência, você estava em seu maior nível de consciência e vigilância? Sobrenatural, consciência distinta, lucidez e objectividade. Comunicação através do pensamento, comunicação visivel, intuição.

A experiência assemelhou-se, de alguma forma, a um sonho? Não, de forma alguma.

Vivenciou uma separação corpo-mente? Sim Vivenciei. Não posso descrevê-la porque nunca pensei acerca disso.

Que emoções sentiu durante a experiência? Emoções mistas.

Ouviu sons ou ruídos incomuns? Sim, ouvi.

Entrou ou atravessou algum túnel ou compartimento fechado? Sim Ver o relatório.

Você viu uma luz? Sim Ver o relatório.

Encontrou ou viu outros seres? Sim Não os consigo descrever.

Onde estavam eles? Não faço ideia.

Conhecia-os? Não, não os conhecia.

O que foi comunicado? Ver o relatório.

Você reviu acontecimentos passados de sua vida? Sim Ver o relatório.

Durante a sua experiência, observou ou ouviu qualquer coisa associada a pessoas ou eventos que foi posteriormente verificada? Não

Viu ou visitou belos ou especiais lugares, níveis ou dimensões? Sim Ver o relatório.

Você sentiu uma alteração de espaço e tempo? Sim

Teve a sensação de possuir um conhecimento especial, de ordem e/ou objetivo universal? Sim Eu estava num local onde havia o absoluto, infinito conhecimento.

Alcançou um limite ou uma estrutura física limitante? Sim Ver o relatório.

Tomou conhecimento de eventos futuros? Sim Numa circunstância aconteceu exactamente como o previsto. Eu fui hospitalizado. A segunda previsão acerca de eu me tornar um professor ainda não aconteceu.

Participou ou teve consciência de uma decisão de retornar ao corpo? Sim Ver o relatório.

Passou a ter quaisquer dons psíquicos, para-normais ou outros especiais a seguir à experiência que não tinha antes? Sim Posso olhar para o sol do meio-dia com os meus olhos fisicos sem me magoar. Eu fiz isto muitas vezes devido a querer ver a luz espiritual novamente. Este sentimento já se foi e eu não desejo mais olhar para o sol.

Suas atitudes e crenças foram alteradas após a experiência? Sim Algumas semanas após a experiência o ser de luz veio até mim e disse-me que eu tinha de esquecer tudo. Pouco depois da véspera de Natal de 1980, eu comecei a relembrar-me da minha EQM/EFC em flashbacks. Demorou cerca de 4 a 6 semanas a ter uma lembrança total.

As minhas crenças religiosas mudaram de ser agnóstico a uma crença firme em Nosso Senhor Jesus Cristo. Levo uma vida calma, deixei o meu emprego há 6 anos e faço trabalho voluntário.

Você compartilhou esta experiência com outras pessoas? Sim Apenas recentemente. Descrença absoluta.

Que emoções vivenciou após a sua experiência? 3 tentativas de suicidio, pesadelos, medo, alegria, beatitude, amor da luz.

O que foi o melhor e o pior em sua experiência? Melhor: o Amor da luz. Pior: deixar a luz.

Após a experiência, surgiram outros eventos em sua vida ou fez uso de medicamentos ou substâncias que reproduziram alguma parte de sua experiência? Não

Existem outras questões poderíamos pedir para ajudá-lo a comunicar a sua experiência? Não É impossivel fazê-lo, não pode ser descrita em palavras precisas, qualquer descrição é inadequada.