Não me lembro de deixar o meu corpo. As minhas lembranças começam quando eu me encontro a pairar perto do tecto, ligeiramente à direita da luz do tecto. Estou acima do meu corpo, que a minha mãe colocou numa mesa para mudar as fraldas dos bébés. O médico entra com o seu sobretudo e olha para baixo para mim, enquanto a minha mãe fica em pé ao seu lado a falar com ele. Olho-os com pouco interesse. Sei que sou eu que estou na mesa de mudança de fraldas. Não sinto qualquer apego a “mim” ou à minha mãe, outro que não seja sentir uma espécie de pena dela. Então volto-me e parto através do tecto.

Lá fora, está escuro e o céu está limpido. Olho para cima para o céu, procurando algo. Então vejo o que espero, um ponto de luz no céu, uma estrela. Olho para ela, e imediatamente começo a voar, não através do céu, mas em vez disso através de uma espécie de vazio escuro. Voo o mais rápido que posso, que é incrivelmente depressa. Não vejo se tenho um corpo, mas sinto que sim. Há um som de vento, mas não “sinto” a deslocação do ar. Não está frio; não está calor. Está a temperatura perfeita. Sei que há outros à minha volta, mas eu não os “vejo”. Sei para onde vou.

Então uma transição. Estou a abrandar. Vejo o ponto de luz, a estrela, a aproximar-se. Mas estou a abrandar, algo me faz abrandar. Estou quase completamente parada, mas pressiono para a frente... mas há algo como um campo de força ou alguma coisa contra a qual eu estou a pressionar. Não dói... apenas não me deixa avançar. Assim – estou um pouco confusa. Olho para trás de onde vim, que não é algo que eu na realidade veja... mas sei que está lá. Estou a pairar no vazio, suspensa no meio do ar. Voltei-me novamente na direcção da “estrela” ou luz, e a mensagem é clara. Questiono-me se é suposto eu voltar-me, e ter uma resposta na minha cabeça. Sim.

Assim – encolho os meus ombros mentalmente, continuo confusa acerca do porquê de não poder voltar (não para Mercer Island, mas sim para a “estrela”). Mas, ok, voltar-me-ei e irei para o outro lugar. Faço-o – sei exactamente como voltar, embora eu na realidade não o queira. Assim – volto.

Fez uso de medicamentos ou substâncias com potencial para afetar a experiência Impreciso Tive uma febre muito alta, o médico tinha acabado de chegar para me tratar em casa e não me tinha dado qualquer medicação.

Foi difícil expressar em palavras o tipo de experiência? Sim Não contei à minha mãe, nem a mais ninguém até ir para a universidade em 1970. Nessa altura, contei à minha colega de quarto e a outros amigos.

Havia alguma ocorrência de risco de vida associada na época da experiência? Impreciso Eu estava claramente muito doente, mas o quão doente estava não há forma de eu saber. A minha mãe não se lembra de nenhuma doença que me tenha ameaçado a vida, que não seja um ferimento na cabeça que eu sofri mais ou menos na mesma altura.

Em qual momento, durante a experiência, você estava em seu maior nível de consciência e vigilância? Completamente clara, mais clara que qualquer memória que tenho daquela idade na minha vida.

A experiência assemelhou-se, de alguma forma, a um sonho? Não de todo.

Vivenciou uma separação corpo-mente? Sim Nunca me vi a mim própria. Mas, como disse, tive a sensação que tinha um corpo.

Ouviu sons ou ruídos incomuns? Um som de vento.

Entrou ou atravessou algum túnel ou compartimento fechado? Impreciso Bem, mais como um túnel de vento do que um túnel como eu tenho lido desde então.

Você viu uma luz? Sim Vi uma estrela.

Encontrou ou viu outros seres? Impreciso Não vi nenhum, mas senti na fronteira que algo me estava a ser comunicado por um adulto realmente grande.

Você reviu acontecimentos passados de sua vida? Não

Durante a sua experiência, observou ou ouviu qualquer coisa associada a pessoas ou eventos que foi posteriormente verificada? Não

Viu ou visitou belos ou especiais lugares, níveis ou dimensões? Não

Você sentiu uma alteração de espaço e tempo? Não

Teve a sensação de possuir um conhecimento especial, de ordem e/ou objetivo universal? Não

Alcançou um limite ou uma estrutura física limitante? Sim Uma fronteira do tipo de um campo de força que eu não conseguia ver, mas não conseguia atravessar de todo. Não o atravessei e não o poderia ter atravessado. Não me era permitido.

Tomou conhecimento de eventos futuros? Impreciso Há algo lá que eu não posso apontar, mas pode não estar relacionado com a EQM.

Participou ou teve consciência de uma decisão de retornar ao corpo? Não Não tive escolha.

Passou a ter quaisquer dons psíquicos, para-normais ou outros especiais a seguir à experiência que não tinha antes? Impreciso Sempre tive dons paranormais, e como isto aconteceu quando eu era muito nova, quem é que pode dizer se eu já os tinha ou não antes?

Suas atitudes e crenças foram alteradas após a experiência? Impreciso Novamente, eu tinha apenas quatro anos e meio de idade.

Você compartilhou esta experiência com outras pessoas? Sim Partilhei-o abertamente com amigos especificos desde 1970 quando fui para a universidade. Também o partilhei com pessoas que conheci quando estavam a morrer.

A sua vida mudou especificamente por conta da sua experiência? Impreciso Eu tinha quatro anos e meio de idade – quem sabe? Sei que não tenho medo de morrer, e voluntariei-me com doentes de cancro e outros que estão a morrer.

Após a experiência, surgiram outros eventos em sua vida ou fez uso de medicamentos ou substâncias que reproduziram alguma parte de sua experiência? Não